Há 34 anos do primeiro diagnóstico de Aids no Brasil, Capital tem 40% de portadores
De cada cinco jovens entre 16 e 29 anos, dois são portadores do vírus HIV
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De cada cinco jovens entre 16 e 29 anos, dois são portadores do vírus HIV
Há 34 anos do primeiro diagnóstico de Aids no Brasil, os registros de casos da doença sofreram queda considerável, no entanto, ainda preocupam, e muito. Em Campo Grande, para cada cinco jovens entre 16 e 29 anos, dois são portadores do HIV e pelo menos um deles não sabe.
De acordo com dados divulgados pela Associação Fundação C.A.S.A (Centro de Apoio Social e Acompanhamento aos portadores de HIV/AIDS), para cada 5 jovens, 2 são portadores do vírus HIV, 20% não sabe e por tanto, são vetores ativos do vírus.
“É muito perigoso isso porque além de transmitir, elas podem adquirir um novo, gerando assim o vírus mutante, que é uma forma muito mais agressiva”, explica Almir Machado Guimarães, presidente da Fundação Casa.
O tabu familiar e a desinformação ainda são os principais fatores de dificuldade para a diminuição dos casos de contaminação. “A família não fala de sexo, de AIDS. É um tabu muito grande e isso contribui para os elevados índices de contaminação”.
Mesmo depois de 34 anos, ainda é difícil inserir no núcleo escolar o debate sobre a proteção. Segundo Almir, que trabalha há 14 anos no apoio e acompanhamento de portadores, as escolas e profissionais da educação ainda apresentam resistência ao assunto. “Nós não vamos às escolas falar sobre sexo. Nós vamos falar sobre prevenção, mas acontece que 90% dos casos de contaminação, são por via sexual”.
Filhos do Carnaval
Na maioria das vezes, por medo, as pessoas deixam de fazer o teste e se tornam transmissores do vírus. E em épocas em que o sexo desprotegido vive seu ápice, no Carnaval, o resultado aparece a partir de novembro. “Sem saber e sem tomar os devidos cuidados na gestação, a partir de novembro nascem os bebês frutos dos relacionamentos de carnaval e, muitas vezes, contaminados pelo vírus”, lamenta.
Almir ressalta que quando há acompanhamento e medicação, filhos de portadores nascem sem o vírus. “Nosso trabalho é para que portadores possam, e devem, viver uma vida normal, como de qualquer outro cidadão.
Mesmo com o trabalho intenso, o preconceito ainda é grande e vários portadores relatam sofrer discriminações por conta do vírus.
Vírus na terceira idade
Além da população LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), a mais vulnerável, a terceira idade tem sofrido com a elevação dos casos de contaminação. Após a popularização de remédios que auxiliam a ereção, essa população se tornou ainda mais ativa sexualmente e também menos protegida.
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