Brasil registra quase 700 mortes por dengue em oito meses

Aumento foi de 70% em relação ao mesmo período em 2014

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Aumento foi de 70% em relação ao mesmo período em 2014

Os primeiros oito meses do ano registraram 693 mortes por dengue em todo o Brasil – um aumento de 70% em relação ao mesmo período do ano passado. O estado de São Paulo concentra grande parte dos registros – 403 mortes.

Em 2015, a epidemia não deu trégua nem no inverno, quando normalmente o número de casos diminui. E várias cidades têm tomado medidas mais duras no combate à dengue.

Com quase 16 mil casos, Rio Claro se destaca num ranking nada positivo. É um dos dez municípios paulistas que mais registraram dengue este ano. E, mesmo no inverno, a transmissão não parou.

“Pode se estender pelo ano todo, então não há especificamente aquela sazonalidade da doença, ela se torna endêmica”, afirma Kátia Curado, coordenadora de combate à dengue de Rio Claro.

Um dos motivos é que o inverno foi mais quente e úmido do que o normal, facilitando a proliferação do mosquito. E cada vez que chove, há mais motivos pra preocupação.

“Os ovos que foram colocados no período do verão, durante a epidemia, eles perduram, às vezes, de um ano a um ano e meio. Prontamente já podem eclodir e se transformar em mosquitos infectantes”, diz Kátia Curado.

Este ano o estado de São Paulo enfrentou a maior epidemia de dengue da história. Foram quase 600 mil casos. Sete cidades já correm o risco da doença voltar com força. Por isso, a estratégia de combate vai ser reforçada no estado. Mais 500 agentes serão contratados.

Só o governo não ganha a guerra contra a dengue. Pra vencer o mosquito cada um tem que se conscientizar. Nada de água parada dentro de casa, nos quintais ou nos terrenos. Mas o que fazer quando essa colaboração não vem? Em Mococa a prefeitura já decidiu: vai multar e a tolerância é zero.

Dependendo da quantidade de criadouros, o morador pode desembolsar até R$ 400.

“Só educar não está resolvendo. Então a multa entra com papel educativo mesmo, pra dar um pouco de medo pra gente conseguir evitar e fazer com que as pessoas fiquem mais atentas”, afirma Joanna Jones, coordenadora de Vigilância em Saúde de Mococa.

Na casa da Dona Ivone e do Seu Anísio, os cuidados aumentaram depois que parte da família ficou doente.

“Minhas duas netas, eu, meu esposo e meu genro”, conta Ivone Almeida, dona de casa.

“Se um cuida aqui e o outro não está cuidando ali, nós estamos sujeitos a ser atacados por esse mosquito a qualquer hora”, afirma o aposentado Anisio Almeida.

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