Médico debocha de paciente, foto cai na rede e a internet reagiu mal com a situação

Paciente não sabia pronunciar ‘pneumonia’ e ‘raio-x’

Dizem que a internet é terra sem lei e sem fronteiras. Sem lei não dá para dizer, mas sem fronteiras, certamente. É o que se constata, por exemplo, no caso em que um médico de São Paulo debochou na internet de um paciente que não sabia a pronúncia correta das palavras ‘pneumonia’ e ‘raio-x’.

De acordo com o portal G1, que falou tanto com o médico como com a família do paciente humilhado, a situação começou enquanto o plantonista Guilherme Capel Pasqua atendia o mecânico José Mauro de Oliveira Lima, 42. Durante a consulta, Mauro teria referido-se à pneumonia e raio-x com as palavra ‘peleumonia’ e ‘raôis’. Com o fim da consulta, o médico tirou uma selfie com um receituário com os dizeres “Não existe peleumonia e nem raôis”. A foto foi parar nas redes sociais.

“Médico que debocha de paciente claramente humilde e sem oportunidade de educação é o tipo de profissional que a gente tem que evitar. Você confiaria sua via a uma pessoa que humilha na internet alguém que não teve oportunidades de crescer na vida e de estudar? Isso é um absurdo”, traz outra postagem.

De acordo com a reportagem do G1, o médico foi afastado das atividades. Duas outras funcionárias do hospital comentaram de forma debochada e até exemplificaram outros episódios de pacientes que não sabiam corretamente os termos médicos. “Tira minha pressão? Porque eu tenho tireoide”. Elas também foram afastadas.

Formado pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), o médico disse à EPTV que não teve intenção de ofender e pediu desculpas aos que falam peleumonia ou raôxis. Ele acredita que é o contexto social que define as regras do português. Disse também que não estava trabalhando no momento e que fazia uma brincadeira entre os médicos que tem um grupo em rede social e que vai processar quem postou a foto na rede social.

Já a família do paciente afirmou que está indignada com a insensibilidade do médico. “Meu padrasto não sabe falar direito porque não teve estudo. Ele vai ficar muito triste quando souber o que aconteceu, estamos evitando contar, mas ele vai acabar descobrindo. Ele trabalhava como cozinheiro aqui em Serra Negra e depois se tornou mecânico. Lembro que ele estudava, mas precisou abandonou as aulas para cuidar de mim. Tive tuberculose aos dois anos e, nessa época, ou ele estudava ou pagava meus remédios”, concluiu.