Após críticas, ONU desiste de usar Mulher-Maravilha em campanha

Personagem foi considerada erotizada

A ONU (Organização das Nações Unidas) achou o máximo a ideia de ter como símbolo da luta feminista e embaixadora honorária da entidade a personagem Mulher-Maravilha, que inclusive terá seu filme lançado muito em breve nos cinemas. Mas a iniciativa da ONU deu ruim: muita gente achou a ideia péssima.

A personagem chegou a ocupar o posto por cerca de duas semanas, apenas, até as primeiras críticas chegarem: no lugar de promover o ideal feminino, a personagem passava a imagem de uma mulher branca que ‘vende’ um padrão de beleza inatingível, além de ser “explicitamente sexualizada”, portanto, incompatível com uma campanha de prevenção da violência de gênero.

A rejeição, no entanto, teve precedentes. No mês de outubro, da editora que criou a personagem em 1941, a DC Comics, realizou uma visita à sede da ONU em Nova Iorque a fim de lançar a campanha. Entretanto, ali a iniciativa já fora foi recebida com o protesto de dezenas de funcionários da entidade.

Crise

Todo o imbróglio envolvendo a personagem também revela um lado obscuro envolvendo a ONU: a eleição do atual secretário-geral António Guterres frustrou as expectativas de que a entidade tivesse, pela primeira vez, uma mulher à sua frente. Outro fator que desabona a ONU junto às causas humanitárias pela igualdade de gênero é que membros de missões de paz tem sido acusados de abuso sexual.

Após a desistência de que a Mulher-Maravilha estrelasse a campanha, a ONU preferiu não se pronunciar. Não é a primeira vez que personagens fictícios participam de iniciativas da entidade: no passado, personagens como o Ursinho Pooh, Tinkerbell e os personagens de ‘Angry Birds’ já estrelaram projetos.