Lista do MidiaMAIS de hoje traz olhar sobre crimes bárbaros

sempre foi vista como uma cidade bela, de ruas largas e arborizadas, e moradores pacatos. Porém, como toda metrópole, sua urbanização trouxe violência e casos muito ruins de mortes e crimes bárbaros que remontam registros desde os anos de 1930. Alguns deles desafiam a polícia até hoje, e outros foram solucionados e considerados marcantes pela população, que jamais esquece das histórias e de todo o folclore envolvendo as situações, vítimas e envolvidos.

Dos casos que deixaram o campo-grandense de “cabelo em pé”, todos trágicos e repletos de violência, muitos trazem a comoção popular e o clamor por justiça. Alguns, muitos anos após seu acontecimento, perpetuaram uma aura de sobrenaturalidade, como o caso da “Santa Carminha”, e da Bruxa da Sapolândia. Outros apenas demonstraram a frieza dos assassinos e situações que não precisavam ter terminado mal, mas que resultaram em luto e comoção, como o caso dos meninos Breno e Leonardo, e também de Ludinho e do empresário Erlon, esse último mais recente. MidiaMAIS separa, em mais uma lista, onze casos de crimes que chocaram os campo-grandenses e marcaram história. Confira. 

1. Bruxa da Sapolândia​

Imagem de Célia, a acusada, agachada ao lado das covas rasas onde corpos de crianças estavam, marcou o imaginário da população / Foto: Arquivo

 

Nos anos de 1970, a Capital se viu assombrada pela história de quatro crianças mortas e espancadas de forma cruel por uma mulher que seria sua tutora. Nascia então a história da “Bruxa da Sapolândia”, Célia de Souza, que teria assassinado as crianças em rituais de bruxaria. A foto da mulher agachada ao lado das covas rasas onde as crianças foram encontradas eternizou no imaginário local o caso. À polícia na época, Célia negou os maus-tratos e disse que as mortes foram por causas naturais. Hoje, a casa localizada no bairro Taquarussu tem outra fachada e a “bruxa” foi absolvida das mortes em 1971. 

2. Crime da Mala

O ano de 1998 foi sombrio em Campo Grande, quando o músico Márcio Akira Kajiwara, 25, confessou ter matado, queimado e colocado numa mala a mãe adotiva, a aposentada Maria José Kajiwara, 66. Ela foi assassinada com um golpe de martelo, queimada e colocada em uma mala, jogada em um terreno baldio. O crime chocou a Capital pelo seu teor torpe: Márcio afirmou, à época, ter cometido o crime por discordar da mãe sobre o aluguel de uma casa. 

3. Caso Ludinho

Lúdio Martins Coelho (de chapéu), pai de Ludinho, sequestrado e morto na Capital / Foto: Arquivo

 

O ano era 1976 quando a Capital apareceu em todos os jornais do País com o sequestro e assassinato de Lúdio Martins Coelho, o Ludinho, filho do político Lúdio Coelho. Ludinho foi sequestrado aos 21 anos por uma quadrilha integrada por dois oficiais da Polícia Militar, os tenentes Aramis e Machado, um deles comandante da Rádio Patrulha em Campo Grande, por um advogado e um professor. Na época, os sequestros não eram comuns no Brasil. Lúdio na época era um dos mais poderosos banqueiros do Estado, e a família era uma das mais poderosas por aqui. A repercussão foi tamanha que o delegado paulista Sérgio Paranhos Fleury, um dos personagens da ditadura, acusado de torturar pessoas durante os governos militares, foi quem investigou o caso. (Colaborou Marta Ferreira)

4. Caso Motel

Talvez, para a justiça de Mato Grosso do Sul, esse seja um dos casos sem solução que mais chocaram a população, e que permanece até hoje sem respostas. O estudante Murilo Boarin Alcalde e a garota de programa Eliane Ortiz foram mortos em um quarto de um motel de Campo Grande, no dia 21 de junho de 2005. A cena do crime permaneceu uma incógnita, e até hoje não se sabe a real razão dos assassinatos. Neste caso, o Ministério Publico Estadual denunciou o à época cabo da Polícia Militar Adriano de Araújo Melo, que foi preso por duas ocasiões. No entanto, ele foi inocentado em 2008 pela justiça que não viu provas que poderia incriminá-lo. Depois disso, o cabo foi reformado pela PM por sofrer problemas de saúde, depressão um deles.

5. Santa Carminha

Capela que glorifica menina morta nos anos 30 existe até hoje / Foto: Divulgação

 

A maioria de quem passa por uma pequena capela cheia de velas acesas, crucifixos, muletas e outros apetrechos religiosos, a uma quadra da antiga Rodoviária de Campo Grande, não imagina que o oratório marca o ponto onde foi cometido um dos crimes hediondo. Uma menina de 7 anos, Carminha, foi estuprada, morta e abandonada no local em meados dos anos de 1930. Um amigo dos pais da garota foi identificado como o estuprador e assassino. O corpo foi encontrado já em adiantado estado de decomposição, exatamente onde atualmente fica a capelinha, na Rua Joaquim Nabuco, entre as ruas Dom Aquino e Marechal Rondom.

6. Caso Dudu

O misterioso desaparecimento de Luiz Eduardo Gonçalves, de 10 anos, no ano de 2007 no bairro Aero Rancho, permaneceu sem solução até 2009, quando descobriu-se que Dudu foi morto de forma cruel pelo padrasto, pelo vizinho e três adolescentes. Dudu foi agredido a socos e pontapés, assassinado e enterrado em um matagal, onde teve seu corpo desenterrado dias depois e seus restos mortais novamente sepultados pelos envolvidos. A família clamou durante anos pela solução do caso, que precisou de uma testemunha-chave para ser elucidado. A melhor amiga da mãe rompeu o silêncio e revelou ter visto o espancamento da criança.

7. Morte de Eliane Nogueira

Marido matou Eliane por ciúmes e ateou fogo ao corpo da arquiteta / Foto: Arquivo Midiamax

 

No ano de 2010, a arquiteta Eliane Nogueira foi encontrada morta e carbonizada em seu carro. Um ano depois, o ex-marido Luiz Alfonso confessou o crime. Na data, os dois discutiram e ele agrediu a vítima a tapas. Depois a asfixiou, e Eliane desmaiou. Acreditando que ela havia morrido, o empresário parou na conveniência na avenida Três Barras, comprou cigarros e fósforo e rumou para o local onde ateou fogo em Eliane. O laudo necroscópico aponta que Eliane inalou fumaça, provando que ela estava viva quando foi queimada. 

8. Caso Erlon

Ocultação de cadáver em fossa foi descoberta após moradores desconfiarem de odor no Bairro São Jorge da Lagoa / Foto: Arquivo

 

No dia 1 de abril de 2014, o empresário Erlon Peterson Pereira Bernal foi assassinado friamente vítima de um latrocínio em Campo Grande. Antes de sua morte ele anunciou a venda de um carro Golf, e os assassinos mataram o empresário para ficar com o carro. O corp Erlon foi encontrado dias depois em uma fossa, e o crime chocou a todos pela banalidade. Porém, todos os acusados foram encontrados e presos. 

9. Caso Breno e Leonardo

Os jovens Breno Luigi Silvestrini de Araújo e Leonardo Batista Fernandes foram mortos em 2012 após serem abordados por seis homens em frente a um bar de Campo Grande. Os dois foram sequestrados e mortos com um tiro na cabeça, e o carro dos jovens foi encontrado em Corumbá. Os corpos dos estudantes foram encontrados na entrada de uma galeria de água pluvial, no anel viário entre as saídas de Aquidauana e Rochedo. Os seis envolvidos foram condenados a uma pena somada de 209 anos de prisão.

10. Caso Rogerinho​

Rogerinho foi morto por tiro em briga de trânsito e família criou outdoors para pedir justiça / Foto: Arquivo Midiamax

 

 

Uma briga de trânsito terminou na morte de Rogério Mendonça Pedra Filho, de apenas 2 anos e causou comoção em Campo Grande no ano de 2009. O crime aconteceu depois de uma discussão de trânsito na região central de Campo Grande. Rogerinho foi atingido por um tiro no pescoço após discussão de Agnaldo Ferreira Gonçalves com o tio Aldemir Pedra, em um cruzamento no centro da Capital. Após a briga, Agnaldo disparou contra a camionete e acabou atingindo o menino, que estava no banco traseiro. 

11. Morte de Escaramuça

O radialista e apresentador de TV, Edgar Lopes de Faria, o “Escaramuça”, foi executado a tiros no dia 29 de outubro de 1997, em frente a uma padaria da Capital, na rua Amazonas. Escaramuça havia entrado na padaria há minutos quando foi alvejado por cinco tiros, disparados por três homens em um veículo Corsa. O crime jamais foi solucionado.

 

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