Aposentados dão a dica: cuidar do corpo e mente reduz sentimentos de incerteza na aposentadoria
Dia do Aposentado é comemorado nesta sexta-feira (24)
Monique Faria –
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Passar metade de uma vida desempenhando um trabalho e, de repente, não ter mais aquela função, pode ser motivo de ansiedade e incertezas. Por outro lado, a aposentadoria pode ser um incentivo para aprender aquele hobbie novo ou se arriscar em algo que sempre quis fazer. E por que não fazer aquela viagem dos sonhos?
Comemorado em 24 de janeiro, o Dia do Aposentado reconhece a contribuição daqueles que trabalharam durante anos em prol do desenvolvimento do país. A data foi escolhida com base na primeira lei brasileira de Previdência Social, assinada em 1923.
Assim, a data comemorativa volta nossos olhares para essa parcela da população que tanto fez pela economia do Brasil – e alguns que continuam fazendo – mas que agora trilha outros caminhos, fazem descobertas sobre si e sobre novas maneiras de viver.
Ter uma nova rotina, contudo, pode ser algo assustador à primeira vista. Como preencher a lacuna que antes era ocupada pela agenda de trabalho? E se bater a sensação de vazio? Esses receios costumam tomar os pensamentos de muitos trabalhadores que estão prestes a se aposentar.
Porém, há diversas maneiras de fazer com que essa mudança de realidade possa ser encarada de forma leve. Um exemplo é fazer essa adaptação de rotina de uma forma gradual, como fez a funcionária pública Elizete Colla, que pediu um Abono de Permanência. O benefício garante ao funcionário mais um tempo para continuar trabalhando.
“Essa transição foi mais tranquila, pedi o Abono de Permanência, fiquei oito meses no cargo ainda, até me acostumar com a ideia que eu poderia me aposentar e pensar no que eu poderia fazer depois. Como eu fiz essa preparação, não foi difícil para eu me adaptar”, explicou.
Mais tempo para se dedicar à família e a si
Há cinco anos aposentada, Elizete Colla conseguiu ter mais tempo para se dedicar à família, viajar para lugares que sempre quis conhecer, além de assistir a filmes e séries. No seu dia a dia, prefere acordar cedo e fazer uma boa caminhada no parque. Mas, em dias alternados, também frequenta a academia.
A funcionária pública aposentada também começou a fazer trabalhos voluntários, além de visitar mais as amigas, algo que procura fazer pelo menos duas vezes na semana. E não apenas as amigas, como também visita as tias que moram em Campo Grande.
“Consigo almoçar todos os dias com a minha filha. Ela almoça na minha casa, eu consigo ter tempo de preparar o almoço para a gente. Consigo também assistir televisão à tarde, assistir a um filme. Além disso, fiz muitas viagens, uma média de três, quatro viagens por ano. Enquanto eu estava trabalhando, eu podia viajar uma vez por ano ou no máximo duas, contando com as férias de julho”, conta.
Os próximos planos, inclusive, são de conhecer a Europa, viagem que sempre quis fazer. “Vou me organizar para ficar alguns dias, conhecer alguns países que eu sempre quis. E ocupar também o meu tempo com coisas mais tranquilas, com os afazeres da minha casa. Gosto muito de cozinhar e fazer bolos”, comenta.
Novas percepções do trabalho
A funcionária pública Lucilene Aires de Souza, 66 anos, também optou por continuar trabalhando após atingir o tempo de contribuição para a aposentadoria voluntária. A decisão partiu de um convite que recebeu do órgão em que trabalha para ingressar em uma nova equipe, em outro setor. Com o conhecimento adquirido ao longo dos anos, poderia contribuir positivamente para as gestões.
“Por ainda me sentir jovem e ter boa saúde, por que não continuar trabalhando? De forma autônoma eu já tive ideias, mas estou há muitos anos no serviço público, me desvincular disso seria muito difícil”, explica.
Contudo, mesmo continuando com seus encargos, as suas percepções acerca do trabalho acabaram mudando, pois já cumpriu com os requisitos para a aposentadoria. “Você começa a encarar o trabalho de uma outra forma. Ainda com muita seriedade e responsabilidade, mas o vínculo é diferente. O objetivo da aposentadoria já está conquistado”, comenta.
Com isso, Lucilene pretende se priorizar cada dia mais, cuidar de seu corpo e mente, além de se dedicar aos hobbies de costurar e assistir a séries e filmes. Tudo respeitando seu próprio ritmo e horário.
“Organizei horários e encaixei a academia na minha rotina. Comecei a aprender um novo hobbie que é a modelagem e costura. Quero criar minhas roupas, roupas para os netos e ainda me divertir fazendo. Serei uma vovó costureira moderna”, brinca.
Novos rumos se encontram na poesia
Quando estava prestes a completar o tempo de serviço, Maria Elza Garcete Gonçalves, de 72 anos, ficou em pânico só de pensar em se aposentar. ‘Quem seria?’, ‘o que faria?’, e ‘como viveria?’, foram as questões que a assustaram. Sendo assim, foi em busca de respostas.
“A primeira descoberta foi a etimologia da palavra ‘aposentada’: aquela que vive em seus aposentos. Aquartelados não são os que vivem em quartéis? A partir dessa constatação eu busquei entender, olhar, refletir sobre a aposentadoria, que via de regra anda de mãos dadas com a terceira idade”, contou.
Foi então que a aposentada se esbarrou com relatos de muitos outros aposentados. Alguns com sentimento de vitória, outros com sentimento de desânimo. Fato é que esse contato com outras histórias a levou para respirar novos ares: o da escrita. “O reflexo do meu olhar nos olhos dos meus amigos aposentados me trouxeram à escrita. Estudo, faço cursos, convivo, converso e escrevo”, conta.
Seus contos estão espalhados pelas redes sociais, pois acredita que escrever seja “um ato solitário”. Dessa forma, a escrita não deve ser engavetada. Seus contos, crônicas, reflexões e histórias estão em diversos sites, blogs e páginas do Instagram.
Até o momento, Maria Elza possui quatro livros publicados: os e-books ‘Colcha de Retalhos’, ‘Contos da Quarentena I’, ‘Contos da Quarentena II’ e ‘Vem Comigo’. Em suas obras costuma adotar o pseudônimo de Dafne Maria. Contudo, em outros utiliza o seu próprio nome.
Quem ficou interessado em conhecer um pouco mais do seu trabalho, pode conferir o seu perfil no Instagram @mariaelzaescreve.
Esperança para os mais jovens
Ouvir relatos de quem já chegou lá e está de bem com a vida, acaba sendo uma forma de esperança para os mais jovens. O funcionário público, Pedro Henrique Oliveira, 27 anos, por exemplo, já visualiza como quer chegar à fase da aposentadoria.
“Eu espero ainda estar com saúde quando me aposentar, para poder me dedicar aos meus hobbies, à minha família e viajar”, comenta.
Entretanto, sabe que isso deve demorar um pouco, reflexo do ingresso tardio no mercado de trabalho, algo que muitos adultos enfrentam atualmente.
“Ainda não tenho planos para aposentadoria. Comecei a trabalhar há dois anos. Já foi difícil conseguir um emprego. Nossa geração está arrumando emprego cada vez mais tarde. Consequentemente, vamos aposentar mais tarde também”, afirma.
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