Chegada da Força Nacional deve interromper ‘processo de exaustão’ de brigadistas no Pantanal

Afirmação foi dada pelo presidente do Instituto Homem Pantaneiro, Coronel Ângelo Rabelo

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(Foto: Henrique Arakaki, Midiamax)

O presidente do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), Coronel Ângelo Rabelo, afirmou na tarde desta sexta-feira (29) que a chegada da equipe da Força Nacional deve contribuir para combater não apenas os focos de incêndios no Pantanal Sul-mato-grossense, mas também a um “processo de exaustão provocado pelo trabalho diário”, desempenhado por cerca de 250 brigadistas que estão nas linhas de frente há mais de 80 dias.

“Esse implemento vem de encontro às nossas necessidades, pois temos visto um esforço gigantesco dos brigadistas do Prevfogo, do Ibama e do Corpo de Bombeiros, em meio a condições adversas”, destacou. Segundo ele, a chegada de reforço de pessoal, infraestrutura e logística representa “um oportunidade de ganharmos o jogo”.

Além disso, ele conta que as equipes de brigadistas encontram-se exaustas, devido ao alto grau de exigência no combate aos incêndios. “Estamos exigindo demais dos homens que estão no campo, como nossa Brigada Alto Pantanal que também foi à exaustão, assim como os demais brigadistas,

Segundo Márcio Yule, coordenador do Prevfogo, o prognóstico da situação é que a temporada de incêndios perdure até o final do ano, devido às poucas chuvas, em um trabalho que deve ser contínuo.

“A dificuldade existente são as características do Pantanal, a dificuldade em chegar à linha de fogo, o trabalho próximo ao fogo que é exaustivo e a baixa umidade relativa do ar. “Além disso, não há locais adequados pra alimentação, pernoite, descanso, é um trabalho bastante exaustivo, sob altas temperaturas”, afirmou.

Brigadistas combatem foco de incêndio (Foto: Henrique Arakaki, Midiamax)

Situação climática amenizou situação

Segundo o comandante do IHP, nas últimas duas semanas, o vento norte propagou os focos de incêndio pela região. Agora registra-se vento vindo do sul, que reduziu a temperatura e amenizou o trabalho em diversas frentes de combate.

Entretanto, a umidade relativa do ar segue muito alta e o capim continua muito seco. De um lado, o comandante segue otimista. “Eu quero crer que com essa estrutura nós tenhamos a possibilidade real de ter um controle nos próximo dias”, afirmou.

Por outro lado, afirmou que todos devem estar prontos para seguir o combate pelos próximos meses. “Nossa experiência mostra que os próximos são historicamente críticos, a partir de agosto, e certamente precisamos melhorar nossas estruturas.

Dificuldades de acesso aos locais dos focos complicam combate (Foto: Henrique Arakaki, Midiamax)

Planejamento envolve melhoria da infraestrutura

Questionado sobre o que poderia ser implantado desde já, mas pensando na recorrência dos incêndios nos próximos anos, Rabelo destacou que existe a necessidade de equipar todo o sistema de combate ao incêndio, principalmente no município de Corumbá.

“Corumbá tem 40% do Pantanal e precisa ter, localmente, uma grande estrutura, uma sala de situação, aeronaves, uma revisão na infraestrutura implantada para que ela seja compatível com a questão dos incêndios”, afirmou.

Segundo ele, é necessário pensar a longo prazo, para interromper a série histórica de grandes incêndios, que deixam cicatrizes e perdas significativas para a biodiversidade, algumas irreparáveis”, avaliou.

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