Após passar 23 dias preso e conseguir habeas corpus, o vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB), já está com tornozeleira eletrônica e recluso em sua casa.

O julgamento do habeas corpus é do desembargador da 2ª Câmara Criminal de Campo Grande, José Ale Ahmad Netto. A decisão foi expedida no fim da tarde desta sexta-feira (26).

O vereador estava preso desde 3 de abril, em decorrência das investigações da terceira fase da Operação Tromper. Ele é acusado de ser o mentor de suposto esquema de corrupção que desviava recursos da prefeitura de Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande, enquanto era o secretário municipal de Fazenda. A sogra dele é a prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP).

A partir de agora, a estimativa é de que ele fique pelo menos seis meses sob monitoramento da Justiça, ou seja, utilizando uma tornozeleira eletrônica. Com isso, o parlamentar poderá até mesmo comparecer às sessões da Câmara Municipal utilizando o dispositivo.

A reportagem acionou a defesa do vereador, mas não houve retorno ou resposta até o fechamento deste material. O espaço fica aberto para acréscimo de informação.

Regras para uso da tornozeleira

Conforme decisão, o vereador tucano deve ficar em casa todas as noites, inclusive aos feriados e fins de semana (das 20h às 6h).

Também, o desembargador determinou que Claudinho deve comparecer mensalmente em juízo para comprovar o atual endereço, além de ficar proibido de frequentar bares, restaurantes ou locais com aglomeração de pessoas, assim como não ingerir bebida alcoólica.

O vereador não deverá se aproximar de outras testemunhas, nem se ausentar da comarca de Campo Grande sem autorização judicial prévia.

Outros investigados foram soltos

Após soltura do vereador Claudinho Serra, a Justiça mandou soltar outros sete presos na Operação Tromper.

Foram soltos: Ana Cláudia Alves Flores; Thiago Rodrigues Alves; Carmo Name Júnior; Ricardo José Rocamora Alves; Ueverton da Silva Macedo; Marcus Vinícius Rossentini de Andrade Costa e Milton Matheus Paiva Matos. A decisão é do juiz da Vara Criminal de Sidrolândia, Fernando Moreira Freitas da Silva, que acompanha o deferimento de liberdade ao vereador.

Relembre o início do caso do Vereador preso

O vereador Claudinho Serra foi preso em 3 de abril após mandado de prisão autorizado pela Justiça por suspeitas de esquema de corrupção, durante a terceira fase da Operação Tromper.

O parlamentar é ex-secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia e genro da prefeita Vanda Camilo. Ele foi um dos oito alvos de prisão da operação, comandada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e da Polícia Militar, que apura corrupção na prefeitura de Sidrolândia.

Foram cumpridos também 28 mandados de busca e apreensão por suspeita de corrupção em contratos de asfalto, segundo divulgou o MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul).

A investigação, tocada pela 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Sidrolândia, ratificou a efetiva existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura Municipal de Sidrolândia, bem como o pagamento de propina a agentes públicos municipais.

Também foi identificada nova ramificação da organização criminosa, atuante no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica. Os contratos já identificados e objetos da investigação alcançam o montante aproximado de R$ 15 milhões.

A operação contou com o apoio operacional do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), do Batalhão de Choque e da Força Tática da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, além da assessoria militar do MPMS.

Operação Tromper

Nas duas primeiras fases da Operação Tromper, os agentes investigaram corrupção na Prefeitura de Sidrolândia, cidade distante 70 quilômetros de Campo Grande.

Durante tais investigações, foi descoberto, segundo o Gecoc, um conluio entre empresas que participaram de licitações e firmaram contratos com a Prefeitura de Sidrolândia, que somados chegam a valores milionários.

Ainda segundo as apurações, também foi investigada a existência de organização criminosa voltada a fraudes em licitações e desvio de dinheiro público, bem como o pagamento de propina a agentes públicos, inclusive em troca do compartilhamento de informações privilegiadas da administração pública.

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