Presos na 10ª fase da Lava Jato farão exame no IML nesta terça
Exame é padrão após a prisão e será feito na manhã desta terça-feira
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Exame é padrão após a prisão e será feito na manhã desta terça-feira
O ex-diretor de serviços da Petrobras Renato Duque, Adir Assad, Lucélio Goes, Sônia Marisa Branco e Dario Teixeira Alves, presos da décima fase da Operação Lava Jato, farão o exame de Corpo de Delito no IML (Instituto Médico Legal) na manhã desta terça-feira (17).
Segundo a PF (Polícia Federal), os cinco presos trazidos de Curitiba ontem possivelmente serão ouvidos ao longo do dia. Depois da realização do exame no IML, procedimento padrão após a prisão, o grupo voltará ao cárcere para aguardar o momento dos depoimentos.
A Operação Lava Jato completa nesta terça-feira um ano desde que PF fez as primeiras prisões em um posto de gasolina no Distrito Federal. Os primeiros 81 mandados de busca e apreensão de então resultariam na maior operação contra corrupção já deflagrada no país, que investiga um esquema de desvio de recursos da Petrobras, movimentando R$ 10 bilhões.
Em suas 10 fases até o momento, a PF já cumpriu mais de 350 mandados de prisões preventivas, temporárias, busca e apreensão e condução coercitiva (quando o investigado é levado a depor). Ao todo, 22 pessoas estão presas – a maioria está na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
Duque desembarcou na capital paranaense em um avião de carreira, que partiu do Rio de Janeiro, onde ele foi detido, em casa. Esta é a segunda vez que ele termina preso durante as investigações da Lava Jato. Em dezembro, quando os policiais deflagraram a sétima fase da operação, o ex-diretor foi detido, mas conseguiu um habeas corpus dias depois.
Ele foi apontado pelo Ministério Público Federal como beneficiário de dinheiro desviado da Petrobras, por meio de contratos superfaturados, com construtoras que prestavam serviços à estatal. Na época em que trabalhou na empresa, ele chegou ao cargo de Diretor de Serviços. Contra ele conta o depoimento de um subordinado, Pedro Barusco, que exercia o cargo de gerente da mesma área. Barusco fez um acordo de delação premiada e já devolveu mais de R$ 100 milhões desviados dos cofres da estatal.
As prisões de Duque, Assad e Góes são preventivas, ou seja, sem prazo para acabar, dependendo de decisão judicial. Sônia Marisa Branco e Dario Teixeira Alves foram presos temporariamente, ou seja, e tem o prazo de cinco dias para serem soltos ou para que a prisão seja prorrogada.
Chefe do esquema
Durante os depoimentos, Barusco disse que quem chefiava o esquema na área de Serviços era Renato Duque. No despacho que definiu a prisão do ex-diretor, o juiz federal Sérgio Moro aceitou os argumentos do Ministério Público Federal de que ele continuava lavando dinheiro no exterior, mesmo após a deflagração da Lava Jato, em março de 2014.
O magistrado afirmou na decisão que o ex-diretor de Serviços da Petrobras “esvaziou” suas contas na Suíça e enviou € 20 milhões para contas secretas no principado de Mônaco. O dinheiro, que não havia sido declarado à Receita Federal, acabou bloqueado pelas autoridades do país europeu.
Ainda de acordo com o juiz, há indícios de que Renato Duque mantém outras contas correntes nos Estados Unidos e em Hong Kong.
O MP, que solicitou o bloqueio dos recursos em Mônaco, acredita que Duque transferiu o dinheiro para o principado e para outros países por receio de que o dinheiro fosse apreendido, como ocorreu com o ex-diretor de Refino e Abastecimento da petroleira Paulo Roberto Costa.
“Os indícios são de que Renato Duque, com receio do bloqueio de valores de suas contas na Suíça, como ocorreu com Paulo Roberto Costa, transferiu os fundos para contas no Principado de Mônaco, esperando por a salvo seus ativos criminosos”, diz o magistrado no documento.
Na decisão, Sérgio Moro afirmou que a quantia apreendida em Mônaco, e não declarada ao fisco, é “incompatível” com os rendimentos de Duque na Petrobras.
O juiz responsável pela Lava Jato na primeira instância destacou no despacho que a prisão de Duque se justifica para evitar o crime de lavagem e a transferência do dinheiro para outras contas, o que dificultaria o rastreamento e a recuperação dos recursos. Com Duque ainda foram apreendidas 131 obras de arte, cujo valor total não foi informado.
Denunciados da 10ª fase
O MPF (Ministério Público Federal) denunciou 27 pessoas por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, entre elas, o tesoureiro do PT (Partido dos Trabalhadores) João Vaccari Neto e o ex-diretor de Serviço da Petrobras Renato de Souza Duque. Esta é a primeira denúncia contra os dois referente à Operação Lava Jato, da PF (Polícia Federal).
O doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o engenheiro Pedro José Barusco Filho, que era gerente-executivo de Serviços e Engenharia da Petrobras e braço direito do diretor da área Renato Duque, também foram denunciados.
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