ONU considera caso dos 43 estudantes do México “desaparecimento forçado”

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos considera como “desaparecimento forçado” o caso dos 43 estudantes de Iguala, no estado mexicano de Guerrero, segundo o representante adjunto naquele país, Jesús Peña Palacios. Iguala, cidade de 140 mil habitantes, localizada a 200 quilômetros da capital mexicana, foi palco, na noite de 26 de […]

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O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos considera como “desaparecimento forçado” o caso dos 43 estudantes de Iguala, no estado mexicano de Guerrero, segundo o representante adjunto naquele país, Jesús Peña Palacios.

Iguala, cidade de 140 mil habitantes, localizada a 200 quilômetros da capital mexicana, foi palco, na noite de 26 de setembro, de violentos confrontos entre estudantes – inicialmente cerca de cem, provenientes de diversas regiões que se concentraram para pedir recursos para a educação e protestar contra a má qualidade do ensino – e a polícia. Os confrontos deixaram seis mortos e 25 feridos, além dos desaparecidos.

Estudantes foram vistos sendo conduzidos à força para o interior de viaturas da polícia e depois levados para destino desconhecido. Os jovens têm entre 17 e 21 anos.

Depois de se reunir com a comissão parlamentar que investiga o caso, Peña Palacios pediu às autoridades do país que agilizem a investigação do desaparecimento dos 43 jovens e pediu que os responsáveis sejam punidos. “Esperamos que logo que possível as autoridades possam esclarecer, investigar adequadamente, punir os responsáveis e indenizar as vítimas”, afirmou o representante do organismo internacional.

Peña Palacios explicou à imprensa algumas medidas legislativas que poderiam ser aplicadas no México para garantir que não se repitam casos como esses, como a criação de uma lei geral sobre o desaparecimento forçado de pessoas e um plano de busca.

Segundo ele, o homicídio de pessoas em Iguala, os ferimentos e o desaparecimento forçado dos jovens representam grave violação dos direitos humanos, bem como um desafio para as autoridades investigarem e encontrarem os responsáveis. “Nós vamos apenas incentivar as autoridades a que usem todos os recursos disponíveis para um esclarecimento rápido dos acontecimentos”, disse.

Peña Palacios esteve reunido por duas horas com os deputados que integram a Comissão Especial que acompanha as investigações relacionadas com os acontecimentos em Iguala.

Na sequência do incidente, foram detidas 53 pessoas, incluindo 36 policiais de Iguala e Cocula e 17 membros do grupo criminoso Guerreros Unidos, criado em 2011 após uma cisão do cartel dos irmãos Beltran Leyva, que disputam com os Los Rojos o controle do tráfico de drogas em várias cidades dos estados de Guerrero e Morelos.

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