Amado por uns, odiado por outros: 10 fatos e polêmicas inesquecíveis de André Puccinelli
Há quem odeie e quem ame os oito anos de administração do governador André Puccinelli
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Há quem odeie e quem ame os oito anos de administração do governador André Puccinelli
Há quem odeie e quem ame. O fato é que, nos oito anos de administração, o governador André Puccinelli (PMDB) se meteu em várias polêmicas, que provocaram brigas, processos, constrangimentos, e até risos, daqueles que se acostumaram a ver o Estado administrado por alguém sem “papas na língua”.
Com o tempo no comando do Estado, Puccinelli foi minimizando, aos pouco, a fama de implacável. Ela foi suavizada por algumas derrotas políticas, mas também com as famosas brincadeiras que, em tom sarcástico lhe deram a fama de ser do tipo: ‘perco o amigo, mas não a piada’.
Reunimos 10 episódios que mostram o governador ítalo-brasileiro em seu melhor estilo fanfarrão:
‘Estuprador'(?) de ministros – Setembro/2009
Por brincadeira ou não, Puccinelli chegou a virar notícia nacional com declaração polêmica, como a que xingou um ministro. Em uma só gafe ganhou fama de deselegante, homofóbico e antiambientalista.
Em meio a debate sobre implantação de usinas de álcool na Bacia do Alto Paraguai, em Mato Grosso do Sul, o governador reagiu indignado à proibição do então ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e o chamou de “veado”, dizendo ainda que ele fumava maconha. O governador se arrependeu e pediu desculpas ao ministro, alegando que não disse que o estupraria, como alguns publicaram.
Porém, não deixou de ouvir resposta irônica do então ministro: “É um truculento ambiental que quer destruir o Pantanal com a plantação de cana-de-açúcar. Essa declaração revela o seu caráter… Ele tem uma visão muito interessante sobre homossexualismo: eu é que sou veado e ele é quem quer me estuprar em praça pública?”, questionou.
Traidor de fadas – Outubro/2010
As polêmicas envolvendo lideranças nacionais não ficaram apenas no episódio com o ministro. Ele também recebeu duras críticas após declarar e retirar apoio a Dilma Rousseff (PT), a quem chamava de Fada Madrinha de Mato Grosso do Sul. A mudança de comportamento de Puccinelli provocou a ira do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o criticou duramente quando voltou ao Estado.
“Confesso a vocês que fiquei chateado aos 64 anos de idade. Não tinha mais direito de me decepcionar. Já passei tantas angustias. Fui vitima de tanto preconceito, que não tinha direito de me emocionar, muito menos me chatear. Mas não é honesto, nem eticamente correto, em um dia fazer elogio e no outro dizer que é obrigação e a presidente não é mais a fada madrinha”, criticou Lula.
‘Chapéu alheio’ – Abril/2013
O governador também criou polêmica ao tentar cobrir a marca do Governo Federal em 300 ônibus doados para escolas. Flagrado pelo Midiamax, ele voltou atrás, trocou adesivos dos ônibus e chegou a ir a Brasília para se encontrar com Dilma, que veio pessoalmente verificar se os veículos repassados tinham a marca do Governo Federal.
Puccinelli já tinha recebido puxão de orelha de Lula por tentar minimizar a ajuda do Governo Federal. “Eu sei que na propaganda da televisão aparecem obras do Governo Federal como se fosse do Governo Estadual. Eu sei. Pesquisem. A imprensa investigativa. Pesquise o quanto foi colocado pelo Estado em transporte e quanto foi colocado pelo Governo Federal… A imprensa tem obrigação de não deixar ninguém mentir em época de eleição. Pesquisem e mostrem ao povo quem é que cuida dos pobres neste Estado”, discursou o ex-presidente.
‘Corto meu saco’ – Abril/2012
Porrada no Eleitor – Julho/2010
O temperamento forte do governador ficou ainda mais evidente quando ele chegou a vias de fato com um eleitor Rodrigo Campos Roque, então com 23 anos, durante a disputa pela reeleição, e voltou a ser destaque nacional. O eleitor alegou que foi agredido com tapa no rosto pelo governador, que contou história diferente, alegando que foi ele o agredido com forte tapa no rosto.
Puccinelli teria ficado irritado ao ouvir o eleitor falar que “ouviu dizer” que ele era ladrão. A declaração levou à agressão, que virou caso de polícia. O rapaz foi imobilizado pelos seguranças de Puccinelli e ainda encaminhado à delegacia.
‘Animal de pelo curto’ – Março/2014
O governador também causou ira em vereadores do interior, que teriam sido chamados de ladrão do dinheiro do povo, e do ex-deputado e prefeito de Dourados, Ari Artuzi, apelidado por Puccinelli de “animal de pelo curto”. Artuzi foi pivô do escândalo da Operação Uragano, onde André chegou a ser citado como um dos supostos destinatários de mesada mensal que nunca foi provada.
Medalha por bandidos no inferno – Setembro/2013
O governador também foi amado e odiado pela linha dura com quem comete crime. Ele chegou a promover um policial que, durante assalto em uma lotérica, acabou matando dois assaltantes. Adepto da famosa frase “bandido bom é bandido morto”, o governador não escondeu a alegria pela atitude do policial: “Vou dar uma medalha para cada bandido que ele mandou para o inferno”, declarou em solenidade de formação de novos sargentos da Polícia Militar.
Escolinha do Puccinelli – Agosto/2012
No vídeo, era possível observar Puccinelli chamando os servidores e perguntando em quem eles votariam. Uma das servidoras disse que tinha escolhido Edson Giroto (PMDB) e Otávio Trad (PTdoB), e recebeu comentário do governador: “você era Edil (então vice-prefeito Edil Albuquerque), agora mudou para Otávio Trad”. A servidora então comentou: “vixe, que lei dura”.
As declarações acabaram prejudicando a campanha de Giroto, que perdeu a eleição para Alcides Bernal (PP). O fato foi usado como justificativa para mudança de comportamento de Puccinelli, que após o episódio, disse que não iria interferir mais nas decisões do PMDB, para não ser chamado de autoritário.
‘Supositório do André’ – Novembro/2014
Puccinelli ainda tem dois meses de mandato, o pode gerar alguns fatos curiosos, principalmente com possibilidade do famoso “Aquário do Pantanal”, obra milionária duramente questionada por quem sofre com a saúde pública em MS, não ser concluído.
O ‘Aquário do André’, de reconhecida importância científica, já foi chamado de ‘abacaxi deitado’ e até de ‘supositório do André’ pelo formato cilíndrico alongado que lhe deu o arquiteto Ruy Ohtake.
‘Lágrimas de André’ – desde sempre
O governador também ficou marcado pelas diversas vezes que foi às lágrimas em eventos públicos. Foram várias as ocasiões que fizeram Puccinelli chorar. O choro chegou a emocionar quem lhe viu se derreter pela primeira vez, mas também serviu, por diversas vezes, como motivo de piada.
“Aposto quantos você quiser que ele vai chorar”, diziam jornalistas antes de um discurso do governador, seja ao lembrar dos pais ou do orgulho de sua trajetória política. As lágrimas também se transformaram em piada em associação com o Aquário do Pantanal. Um correligionário disse que as lágrimas do governador durante a gestão teriam enchido facilmente o aquário.
Com tantas polêmicas, mesmo que nada mais de marcante aconteça, Puccinelli já estará na história como o governador mais “imprevisível” e ‘fanfarrão’, como os próprios aliados costumam classificá-lo, que Mato Grosso do Sul já teve.
Várias outras situações, incluindo vestido de repórter desamarrado, passeios pela cidade com o Uno chamado de Ferrari e até frases constrangedoras sobre o uso de estimulantes sexuais, integram o folclore que já cerca a figura política do ‘italiano’.
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