Mocidade mistura rock com samba e mostra garra neste Carnaval
A Mocidade Independente de Padre Miguel apresentará um modo diferente de fazer samba neste domingo (10). Reunirá a guitarra com o tamborim e o pandeiro e deixará de lado as plumas, que segundo Alexandra Louzada, carnavalesco da escola, não combinam muito com o estilo com o qual a escola vem este ano. O enredo Eu […]
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A Mocidade Independente de Padre Miguel apresentará um modo diferente de fazer samba neste domingo (10). Reunirá a guitarra com o tamborim e o pandeiro e deixará de lado as plumas, que segundo Alexandra Louzada, carnavalesco da escola, não combinam muito com o estilo com o qual a escola vem este ano.
O enredo Eu Vou de Mocidade com Samba e Rock In Rio – Por um mundo melhor contará a história de um dos maiores festivais musicais do país, que esse ano chega a sua quinta edição. A verde e branco de Padre Miguel, que no próximo dia 02 de março completa 61 anos, teve dificuldades de organizar seu desfile, devido a acontecimentos ao longo deste ano, como conta o carnavalesco. A passagem da Mocidade será marcado por atitudes, em diversos sentidos da palavra.
“Esta proposta surgiu do próprio Rock in Rio, e veio antes do Carnaval de 2012. E como carnavalesco da escola, abracei a ideia, e um contrato foi assinado. Muito se sonhou com grandes patrocínios, que acabaram não vindo. Todas as empresas que bancam o festival seriam mantenedoras desse nosso projeto, mas não aconteceu desta forma. Só três empresas cobraram as cotas de patrocínio e o dinheiro só chegou na semana passada”, ele explica.
Ainda sim, o ambicioso roteiro permanece: contar a história e evolução do rock e o sincretismo cultural do festival que, apesar de ter Rock no nome, não ficou preso ao estilo. ” O festival já teve o heavy metal, punk, jazz, a música pop, atualmente colocamos elementos do axé e o funk, por exemplo”, contou.
Atitudes roqueiras para homenagear cantores e times de futebol
Algumas referências à cultura norte-americana, de onde surgiu o rock, também são elementos de destaque no desfile para o carnavalesco. “Vamos ter, por exemplo, estátuas da liberdade mascando chiclete”, afirma ele.
A comissão de frente, assinada por Jaime Arôxa, fará uma panorama sobre a história da dança do rock e celebrará o roqueiro brasileiro Serguei, que no alto de seus 80 anos, estará presente. Já o abre-alas trará em um Cadillac os grandes cantores que já morreram, como Renato Russo, Cazuza, Amy Winehouse, Whitney Houston, Donna Summer, Raul Seixas, dentre outros, que serão interpretados por covers.
” Faremos uma brincadeira com o Freddie Mercury, que fez um grande coral na primeira edição, em um carro todo feito de calças jeans. Neste momento, falaremos da expressão “da lama que nasce o lírio”, já que a primeira edição do festival ficou conhecida como “Cidade da Lama”, e o festival tem essa proposta de lutar pela paz, por um mundo melhor”, revela.
“Na segunda alegoria faremos referências aos quatro grandes times de futebol do Rio, como se os craques da bola dessem lugar aos craques a música e assim transformamos a parte estrutural do Maracanã, onde foi realizada a segunda edição, num cenário de rock´n´roll. Os mascotes destes times estarão também com um visual roqueiro”, adiantou.
Louzada contou que para a festa, chamou o jogador de futebol Neymar, mas que ele tem “dado uma canseira na escola”. E há alguns dias, cancelou sua participação. Outro ilustre convidado é o ator e cantor Evandro Mesquita, que tocará guitarra junto com a bateria , cujo apelido é Não Existe mais Quente e terá a fantasia inspirada na banda americana Kiss. Os 50 anos da paradinha serão comemorados também.
Atitude sustentáveis para melhorar o mundo
Chega a hora da terceira edição do festival, que teve como tema “Um Mundo Melhor”. “O carro que faz alusão a esta edição é todo feito de garrafas PET recicladas, embalagens de DVD reutilizadas, flores feitas por um artista de rua, também de garrafas. Também terá um telão com um vídeo sobre preservação”, relembra.
O momento seguinte do desfile narra a chegada do festival a Lisboa e Madrid. “A gente mistura o folclore português com o rock. Aquele folclore do D’ouro também, com visual metaleiro. Depois dali, ele ganha a península ibérica como um cigano, que a música não tem fronteiras, então ele invade uma arena de touro e chega a Madrid”, conta.
Por fim, o desfile volta para casa, no Rio de Janeiro, no tema “Eu Voltei” do Rock in Rio IV. “Teremos faz um grande Stevie Wonder tocando um teclado, o carnavalesco Milton Cunha representará Elton John e também teremos uma pista de dança eletrônica, que é uma nova tribo incorporada. Daí, a gente fala funk, do axé, uma vez que essa edição teve também Cláudia Leite, Ivete Sangalo nesta edição. Faremos uma homenagem as bandas brasileiras”, afirma.
A ala que fechará o desfile é uma última edição do Rock in Rio, mas que “ainda não existe, vai existir apenas na avenida na hora que a Mocidade passar: a edição Marques de Sapucaí. Ai, será uma mistura de samba com rock, aí vai ter o malandro, a cabrocha, é o carnaval cedendo espaço para o rock e se transformando. Bem rock´n´roll”, anima-se Alexandre.
Atitudes conscientes para levar o Carnaval para a Avenida
“A Mocidade foi uma guerreira, tirei leite de pedra. As pessoas que estiveram aqui passaram necessidade, ficaram sem receber e não apenas pela falta de patrocínio, mas também por um bloqueio judicial por problemas de gestões antigas”, desabafou o carnavalesco. Segundo ele, os problemas atrasaram a produção dos carros e fantasias da escola, que só começaram a ser produzidas após o Ano Novo.
“ Driblamos as adversidades com garra. Eu fiz a minha parte, a escola está muito empolgada como este enredo. Se fosse traçar um paralelo dos últimos Carnavais, salvaguardando surpresas que outros carnavalescos fazem, as pessoas já puderam ver desfiles cheios de imprevistos e nos quais as agremiações foram campeãs. Eu já fui vencedor na Mangueira assim. São coisas que não podemos prever”.
A verde e branco de Padre Miguel mostrará um Carnaval diferente, marcado por luta e superação, e ao fim buscará se mostrar vencedora de um campeonato que começou antes mesmo dos desfiles. “Será a escola mais diferente que passará na Avenida”, anima-se Louzada.
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