Seis dos oito acusados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul pelo assassinato do secretário da Saúde de Porto Alegre, Eliseu Santos, estão presos. Na tarde de hoje, Marco Antônio de Souza Bernardes, ex-assessor jurídico da Secretaria, se apresentou à Justiça. De acordo com o MP, ele seria o intermediário no pagamento de propina entre os donos da empresa Reação, que prestava serviços de segurança à Secretaria da Saúde, e o secretário morto.

No início da noite dessa quinta-feira, Jorge Renato Hordoff de Mello, 42 anos, dono da empresa Reação, se apresentou à polícia. Durante a tarde, a Brigada Militar prendeu Marcelo Dias Souza, na Região Metropolitana de Porto Alegre, e Marcelo Machado Pio, na zona Sul da capital. Os outros dois são Eliseu Pompeu Gomes e Fernando Júnior Treidkrol, presos no início de março.

De acordo com as investigações do MP, Hordoff de Mello e Pio teriam contratado os matadores para assassinar Eliseu depois de descoberto um esquema de propina na Secretaria da Saúde. Eliseu Pompeu Gomes, Fernando Júnior Treidkrol e Marcelo Dias Souza abordaram o secretário na noite de 26 de fevereiro, que reagiu e feriu os dois.

Em uma entrevista na tarde de hoje, o chefe de polícia do RS, delegado João Paulo Martins, afirmou que a denúncia apresentada pelo MP não descarta o inquérito policial que apontou como causa da morte do secretário da Saúde a tentativa de latrocínio. “A polícia apontou uma versão de maneira técnica e imparcial. O MP e a Justiça têm conhecimento de tudo o que a polícia faz.”

O delegado informou ainda que pode ser aberta uma sindicância para identificar o tipo de relação entre Jorge Renato Hardoff Mello e o chefe de Investigação da Delegacia de Homicídios, Pedro Diniz. De acordo com a denúncia do MP, Mello, policial militar da reserva, tinha amplos contatos com policiais civis, além de ser ex-marido da atual mulher de Diniz, “com atuação efetiva na investigação e na conclusão prematura do presente inquérito”, conforme o documento.

Na tarde desta quinta-feira, o MP ofereceu uma denúncia à Justiça sustentando que Eliseu foi vítima de um crime de queima de arquivo, e não de uma tentativa de latrocínio, como concluiu a Polícia Civil.