Estudo diz que Brasil é o 3º pior país para morrer
Entre 40 países, o Brasil é o terceiro pior para morrer, em razão de problemas na aplicação de técnicas de cuidados paliativos, que tem o objetivo melhorar a qualidade de vida dos pacientes e familiares diante de uma doença que ameaça a vida e que pode levar a pessoa à morte. A conclusão é de […]
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Entre 40 países, o Brasil é o terceiro pior para morrer, em razão de problemas na aplicação de técnicas de cuidados paliativos, que tem o objetivo melhorar a qualidade de vida dos pacientes e familiares diante de uma doença que ameaça a vida e que pode levar a pessoa à morte. A conclusão é de um estudo divulgado nesta quarta-feira (14) pela consultoria Economist Intelligence Unit.
Na lista montada pelos pesquisadores, o Brasil aparece na antepenúltima posição, com nota 2,2, à frente apenas de Uganda (2,1) e Índia (1,9). Os melhores colocados foram Reino Unido e Austrália (7,9) e Nova Zelândia (7,7). Países ricos como Estados Unidos, França e Japão aparecem em posições intermediárias na lista.
O novo Código de Ética Médica brasileiro, que entrou em vigor no último mês de abriu, instituiu o cuidado paliativo entre suas normas. Os médicos não podem fazer procedimentos que pareçam desnecessários pelo próprio paciente ou por seus familiares.
O profissional portanto, deverá cuidar do paciente até o fim de sua vida, sem poder abandonar o tratamento. Ao mesmo tempo, não poderá submeter a pessoa a tratamentos desnecessários ou que lhe tragam sofrimento.
Para fazer o levantamento, a consultoria analisou dados e fez entrevistas com especialistas em categorias como ambiente de saúde básico para o fim da vida, tratamentos paliativos disponíveis, acesso a remédios e os custos envolvidos. Os pesquisadores dizem que a distribuição de medicamentos é o fator prático mais importante.
– O controle da dor é o ponto em que todos os tratamentos paliativos se fundamentam. E a disponibilidade de opioides (morfina e seus equivalentes) é fundamental para o cuidado no fim da vida. Mas, ao redor do mundo, estima-se que 5 bilhões de pessoas a opioides, principalmente devido a preocupações sobre a legalidade e o tráfico dessas drogas. A falta de treinamento também é um problema, já que muitos médicos e enfermeiros não sabem como administrá-los.
A Economist Intelligence Unit diz que “o foco ainda está no tratamento para a cura, em que médicos estão tentando curar pacientes a todo custo”.
– Não há muita aceitação sobre o tratamento paliativo como uma opção viável.
Para os pesquisadores, o grande desafio é derrubar tabus locais sobre a morte.
– Morrer é algo estigmatizado em algumas culturas, sendo inclusive um tabu em locais como a China. Nas sociedades ocidentais, a morte é algo a ser remediado, com procedimentos curativos sendo mais valorizados do que os paliativos. Nos Estados Unidos, a discussão sobre o tratamento para a morte em geral levanta sentimentos religiosos.
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