Depois de ter perdido em casa no 7×1 para a Alemanha e ter caído nas quartas de final na Rússia, os brasileiros estavam se apoiando na matemática para acreditar que o hexa vinha no Catar. Segundo o modelo da Universidade de Oxford, o Brasil disputaria a final contra a Bélgica, país que o eliminou há quatro anos.

Porém, apesar de ser exata, a estatística não substitui os jogos de verdade. Se fosse assim, os jogadores não precisariam entrar em campo, e quem a ciência decidisse ganharia o título. Além do resultado brasileiro, que ficou aquém do esperado, outras seleções surpreenderam, fazendo com que o modelo matemático caísse por terra.

Quando a falha começou

O algoritmo criado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, foi testado milhões de vezes. Todas as etapas passaram pelo teste, desde as iniciais de grupo até o mata-mata. Embora a disputa não sendo fácil, tudo indicava que o Brasil passaria pela Argentina, em uma partida histórica, e depois pegaria a Bélgica na final.

A grande questão é que o algoritmo começou a errar quem se classificaria para a fase de mata-mata. Seleções consideradas mais fracas ou “zebras” levaram a melhor, deixando para trás Irã, Bélgica, Alemanha, México, Equador, Uruguai e Dinamarca.

Por conta dessa falha, todos os jogos subsequentes não poderiam acontecer, já que os atores eram outros. A própria final seria impossível, uma vez que a Bélgica não chegou às oitavas de final. Já o Brasil, que poderia pegar a Espanha nas oitavas, jogou contra a Croácia e perdeu, não avançando na disputa.

Quem decide são os humanos

Depois das derrotas, muitas pessoas passaram a questionar o modelo matemático. Afinal, havia uma grande chance e expectativa de que a seleção brasileira e outras avançassem. O que pode ter dado errado no estudo da universidade inglesa?

Primeiramente, é importante notar que nenhuma estatística substitui a realidade. A matemática mostra em percentual a probabilidade de algo ocorrer. Assim, se existe 60% de um time ganhar, ainda há 40% do outro levar. Mesmo que houvesse 1% de chance para um lado, ainda poderia se conformar com esse resultado.

Para muitos, as surpresas da Copa do Catar prejudicaram os bolões. Seja em grupos de amigos ou em plataformas como a www.apostando24.com, as pessoas erraram os palpites, porque acreditaram no senso comum, ou seja, que as seleções mais tradicionais derrotariam aquelas com menos histórico.

Poucos imaginaram, por exemplo, que a Espanha sairia da Copa por conta de um confronto com o Marrocos. Outro time que surpreendeu foi o Japão que venceu a Espanha e a Alemanha, mas perdeu da Costa Rica. Isso mostra que cada partida é uma história à parte e que vencer seleções fortes não significa que levará todas sempre. Depois da fase de grupos, a seleção japonesa perdeu para a Turquia nas oitavas e saiu da competição.

Ser favorito apenas não garante a Copa. Basta olhar as listas dos favoritos da Fifa para confirmar. Na última disputa mundial que o Brasil venceu, em 2002, a mais esperada a ganhar era a França. Já em 1998, a seleção canarinho era a favorita, mas perdeu na final contra a França.

Os modelos matemáticos observam o comportamento recente das seleções, o quanto elas têm ganhado e até o histórico dos times, por exemplo, quantas vezes um país venceu o outro. No entanto, ele não consegue prever quais problemas poderão existir no caminho, se um jogador irá se machucar, as estratégias de outra equipe que não foram divulgadas e até o aspecto psicológico dos atletas. Por esse motivo, mesmo quando a estatística está a nosso favor, é sempre importante manter os pés no chão para não cantar a vitória antes do tempo.