Número de menores de idade aptos a votar reduz 14,4% em relação a 2014
Cerca de 1,4 milhão de jovens menores de idade estão habilitados a votar nas eleições gerais de 2018, o que representa uma redução de 14,4% em relação à quantidade votante no pleito de 2014, quando representava 1,6 milhão. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e foram coletados do Cadastro Eleitoral, banco de dados […]
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Cerca de 1,4 milhão de jovens menores de idade estão habilitados a votar nas eleições gerais de 2018, o que representa uma redução de 14,4% em relação à quantidade votante no pleito de 2014, quando representava 1,6 milhão. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e foram coletados do Cadastro Eleitoral, banco de dados oficial sobre o eleitorado brasileiro em que constam estatísticas compiladas até o final de julho, após o fechamento do cadastro realizado em 9 de maio.
Entre os novos eleitores está Marcus Vinícius Silva da Fonseca, de 17 anos, que tirou o título de eleitor no final de 2017. Embora não esteja dentro da faixa etária em que o voto é obrigatório, o jovem fez questão de realizar o alistamento eleitoral. “Acho importante participar da decisão de eleger os líderes políticos do país”. Para votar com consciência no pleito de 2018, Marcus deu início às pesquisas sobre os candidatos e às respectivas promessas. “Acho muito importante ter propostas de qualidade para a educação, mas também para a saúde. Atualmente, percebo que as escolas públicas e os hospitais públicos estão sendo deixados de lado pela política”, analisa.
Apesar da queda no número de estreantes nas urnas, pode estar equivocado quem concluir que o desinteresse é o motivo principal. “Eu ouvi algumas análises precipitadas ao dizer que, na verdade, os jovens estão mais desanimados com a política e que, portanto, não estão tirando o título de eleitor para essa eleição. Este pode ser um argumento errado, que não corresponde à realidade”, alerta a doutoranda e mestre em Ciências Sociais, Tathiana Senne Chicarino.
Evolução do eleitorado
Houve um aumento de quase 4,5 milhões de eleitores aptos a votar comparando as Eleições Gerais de 2018 em relação à anterior. São 147,3 milhões de eleitores habilitados este ano, que representam crescimento de 3,14% ante 2014, quando havia 142,8milhões. Pela primeira vez o título de eleitor terá impresso o nome social de travestis e transexuais: são 6.280 pessoas a usar esse benefício, após autorização concedida em março deste ano pelo TSE.
Grande parte do eleitorado brasileiro é do sexo feminino (52%), aponta o TSE, está na faixa etária de 45 a 49 anos (24,3%) e estado civil solteiro (59,6%). A maioria vive em São Paulo, maior colégio eleitoral do país – tanto o estado (33 milhões) quanto a capital (9,05 milhões).
Escolaridade e educação
Sobre o nível de escolaridade, o ensino fundamental incompleto (25,8%) predomina entre os eleitores. “Educação é um tema fundamental para a eleição. Mas, se considerarmos os últimos temas que têm mobilizado mais opinião pública como os mais importantes para serem debatidos, são eles a corrupção, a segurança pública e a economia. A educação não está entre eles.”, pontua Chicarino.
O TSE sinaliza, por meio do Cadastro Eleitoral, que os dados relativos ao grau de instrução (escolarização) dizem respeito à declaração feita pelos cidadãos no momento do cadastro ou da atualização das informações junto à Justiça Eleitoral.
Da perspectiva da pesquisadora, no entanto, o tema ainda figura entre os mais importantes e deve ser incorporado às pautas dos candidatos. A elaboração é feita, entre outros critérios, com base em pesquisas quantitativas e qualitativas sobre as expectativas da população. E, apesar de considerar todos os temas pontuados como relevantes para o debate, é importante questionar qual a qualidade de “educação, segurança pública e economia” que a sociedade deseja alcançar.
Na última semana, inclusive, o Conselho Superior da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) anunciou que haverá o corte de mais de 93 mil bolsas de pesquisa de mestrado, doutorado e pós-doutorado do país caso seja mantido o teto orçamentário previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2019. “O embate está muito forte nas redes sociais e muitos eleitores dizem que [as bolsas] são um privilégio. Demonstra um desconhecimento do que significa a educação e de quais são os benefícios da pesquisa para as esferas sociais, econômicas, entre outras”, destaca Tathiana, que também é docente em cursos de pós-graduação da docentes de cursos de Ciência Política e de Mídia, Política e Sociedade.
Tunísia Cores – Ascom educa Mais Brasil
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