Ex-diretor da Ceasa é condenado por desvios de R$ 451 mil em cobrança ilegal a produtores

Servidor cobrava ‘por fora’ para fazer ligações clandestinas na rede de energia elétrica da Ceasa

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Ex-diretor recebia taxa 'por fora' para fazer ligações clandestinas na rede elétrica da Ceasa (Nathália Alcântara, Jornal Midiamax)

Ex-diretor da Ceasa (Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul) – e ex-servidor comissionado -, Eder Ney Rodrigues Caxias foi condenado por improbidade administrativa por causar rombo de R$ 451.823,89 na empresa de sociedade mista gerenciada pela Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), do governo de MS.

Conforme a decisão do juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, o ex-diretor terá a perda dos valores ilícitos que recebeu, no valor de R$ 269.782,48, além do pagamento de multa civil no mesmo valor, que totaliza o montante de R$ 539.564,96. O prestador de serviço Ricardo Fagundes Malta também foi condenado e terá que ressarcir um total de R$ 51.911,98.

Consta nos autos que, entre 2016 e 2018, o ex-diretor abordava produtores novatos, que estavam assumindo ‘boxes’ e oferecia a possibilidade deles ligarem a energia elétrica dos espaços diretamente na rede da Ceasa, mediante o pagamento de uma taxa mensal.

Conforme a denúncia do MPMS (Ministério Público de MS), os valores eram apropriados pelo ex-diretor. A ‘taxa’ dava direito aos produtores utilizarem a energia elétrica custeada pela Ceasa. Vale ressaltar que uma sociedade de economia mista é uma empresa que combina capital público e privado, sendo que o Estado detém a maioria das ações com direito a voto.

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Ceasa de Campo Grande é gerenciada pela Agraer (Divulgação)

Assim, trecho da sentença pontua que “os requeridos causaram respectivamente dano ao erário ao facilitarem e concorrerem, por qualquer forma, para o uso em serviço particular e incorporação ao patrimônio de pessoa física ou jurídica, de bens ou valores integrantes do acervo patrimonial da administração indireta do Estado”.

O valor total desviado é referente ao consumo de energia elétrica dos boxes no período. Esse total foi pago pela Ceasa e as taxas repassadas pelos produtores ficou sob posse do ex-diretor. O papel do prestador de serviços era se passar por servidor da Ceasa e fazer as ligações clandestinas.

À reportagem, o advogado José Belga Trad, que representa o ex-diretor, afirmou que irá recorrer da sentença: “Há muitos pontos a serem questionados”, disse.

A defesa do prestador de serviço também foi procurada pela reportagem, mas não enviou resposta até esta publicação. O espaço segue aberto para posicionamento.

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