O vereador Claudinho Serra (PSDB) recebeu um salário líquido de R$ 3.616,08 da Câmara Municipal de Campo Grande após faltar a sete sessões consecutivas no mês passado enquanto estava preso. O parlamentar tucano foi detido em 3 de abril na terceira fase da Operação Tromper e foi solto no dia 26 do mesmo mês, mediante uso de tornozeleira eletrônica. 

Ele é acusado de chefiar suposto grupo criminoso que desviava recursos da Prefeitura de Sidrolândia, na época em que foi secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica. A sogra do parlamentar é a prefeita da cidade no interior, Vanda Camilo (PP). 

Segundo o Portal da Transparência da Casa de Leis da Capital, os vereadores recebem um salário bruto de R$ 18.991,69. Antes de ser preso, os descontos no contracheque de Claudinho Serra, entre janeiro e março deste ano, ficaram em cerca de R$ 4,9 mil, perfazendo, assim, um salário líquido em cerca de R$ 14 mil. 

Contudo, após ser preso no início de abril, foram descontados R$ 14.771,31 pelas faltas em sete sessões da Câmara de Campo Grande. Ainda são descontados R$ 409,66 do INSS e R$ 194,64 do imposto de renda, totalizando menos R$ 15.375,61 na conta bancária do vereador.

Assim, Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o Claudinho Serra, recebeu um salário líquido de R$ 3.616,08 referente ao mês de abril, cerca de R$ 10 mil a menos do habitual. 

Espelho da folha de pagamento de Claudinho Serra. (Portal da Transparência Câmara de Campo Grande)

Atestado médico de 30 dias

Claudinho Serra poderia ser afastado do cargo caso faltasse a dez sessões consecutivas. O vereador faltou a sete sessões, mas ainda não apareceu na Câmara de Vereadores após a concessão de Habeas Corpus porque apresentou um atestado de 30 dias devido ao “abalo psicológico”. 

O presidente da Câmara de Vereadores de Campo Grande, Carlão (PSDB), admitiu, nesta terça-feira (7), que irá convocar o suplente do vereador Claudinho Serra.

A confirmação do Carlão de que o suplente de Serra será convocado vai na contramão de declarações recentes de que o regimento interno da Casa de Leis não obrigava convocação de suplente para a cadeira vaga de Claudinho Serra.

Em entrevista ao Jornal Midiamax nesta terça, Carlão afirmou que aguarda resposta do TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral) com a informação de quem é o suplente de Claudinho, para aí então convocá-lo para tomar posse pelo período que se estender o atestado médico do vereador do PSDB.

“Estou aguardando a resposta do TRE para saber quem é o suplente. Assim que o tribunal responder eu vou acionar para assumir durante o período que o Claudinho estiver afastado com o atestado. Não falei com o Claudinho ainda, mas vou chamar nem que seja para uma semana ou até dias. Só estou aguardando a resposta do TRE”, disse Carlão.

Suplente de Claudinho Serra

A consulta da Câmara ao TRE-MS sobre quem é o suplente de Claudinho foi feita em 23 de abril, quando o vereador ainda estava na cadeia. Segundo a Casa de Leis, até o momento não houve retorno do tribunal eleitoral.

A indefinição sobre o nome do suplente acontece porque suplentes diretos à cadeira saíram do PSDB na janela partidária.

Atualmente, constam como suplentes de Claudinho: Dr. Lívio, Junior Longo, Delegado Wellington, Dr. Antônio Cruz e a Enfermeira Cida Amaral.

Liberdade provisória e ‘abalo psicológico’

A Justiça concedeu, na sexta-feira (26), liberdade provisória ao vereador Claudinho Serra (PSDB), que estava preso desde 3 de abril. Ele agora é monitorado por tornozeleira eletrônica.

O parlamentar ficou preso por 23 dias, acusado de ser o mentor de suposto esquema de corrupção que desviava recursos da prefeitura de Sidrolândia, enquanto era o secretário municipal de Fazenda. A sogra dele é a prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP).

Dias antes, em 19 de abril, o juiz de Sidrolândia aceitou a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e Claudinho Serra e outras 21 pessoas tornaram-se réus no processo que investiga as fraudes no Município.

Claudinho apresentou, no dia 30 de abril, um atestado médico para se afastar do trabalho por 30 dias. Assim, permanece afastado das funções após a especulação de que renunciaria ao cargo.

O atestado trouxe a justificativa de ‘abalo psicológico’ por parte do parlamentar, que ficou preso por 23 dias. Apesar disso, Carlão afirmou na semana passada que o vereador terá que retornar, mesmo que remotamente, passados os 30 dias do atestado.