Pular para o conteúdo
Transparência

Juiz David de Oliveira diz que novas leis dificultam combate à corrupção e pede para deixar ‘Direitos Difusos’

O juiz David de Oliveira Gomes Filho deixou a 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande após nove anos. Nesta segunda-feira (25), ele já assumiu nova função na Vara de Execução de Títulos Extrajudiciais. Ao Midiamax, disse que a mudança é fruto de um desgaste natural do tempo de trabalho … Continued
Renan Nucci -
David de Oliveira Gomes Filho atuava no combate à corrupção
David de Oliveira Gomes Filho atuava no combate à corrupção - (Foto: Amamsul)

O David de Oliveira Gomes Filho deixou a 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de após nove anos. Nesta segunda-feira (25), ele já assumiu nova função na Vara de Execução de Títulos Extrajudiciais. Ao Midiamax, disse que a mudança é fruto de um desgaste natural do tempo de trabalho aliado às mudanças na legislação que dificultam o combate à corrupção.

O magistrado estava na frente que julgava, principalmente, casos de administrativa, como contratos irregulares, contratações irregulares, desvios de recursos e outros atos ilícitos correlatos no combate à corrupção. Nos últimos anos, travou embates com representantes do (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) e viu serem anuladas sentenças da Operação Lama Asfáltica que haviam garantido retorno de cerca de R$ 20 milhões aos cofres públicos.

“Depois de nove anos, é natural o desgaste. Estava cansado, embora gostasse daquilo [trabalho]. Quando se está em uma vara, é normal que haja polêmicas e eventuais embates com os operadores do Direito”, pontuou. As mudanças nas Lei de Abuso de Autoridade e na Lei de Improbidade Administrativa, ambas sancionadas na gestão Bolsonaro, ajudaram a acentuar ainda mais esse desgaste, disse o juiz.

“O esforço vai ter que ser multiplicado por 10”, afirmou. “A Lei de Improbidade antes tinha como foco proteger a coisa pública, agora o foco é proteger o acusado. O desequilíbrio [no combate à corrupção] vai ficar monstruoso agora, pois desequilibra a balança para o lado oposto”, completou.

Lei de Improbidade e combate à corrupção

Especificamente sobre a Lei de Improbidade Administrativa, que trouxe como principal mudança a necessidade de comprovação de dolo por parte dos réus, David fez uma comparação. “A lei é para trazer equilíbrio. Temos o ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente], que veio para trazer um equilíbrio em razão da natural fragilidade das crianças, tem o Estatuto do Idoso, que tem essa mesma função, assim como a Maria da Penha, para proteger as mulheres e garantir um equilíbrio com relação aos homens. A Lei de Improbidade existe com essa mesma tentativa de reequilibrar a coisa pública com a pessoa que o administra. A voz do estado é falada pela pessoa que o administra”, destacou.

Neste sentido, ele explica que as alterações sancionadas por Bolsonaro em outubro do ano passado representam um retrocesso, pois passam a proteger quem comete eventual ato de improbidade, deixando o bem público, que deveria ser o interesse principal, em segundo plano. “É um abismo”, ressaltou ele, dizendo que os efeitos das sanções aplicadas na Lama Asfáltica, por exemplo, serão reduzidos. “Não tenho dúvidas de que sim”.

Improbidade

A principal mudança desta Lei de Improbidade é sobre ratificar ato de improbidade administrativa apenas quando houver dolo. Ou seja, o político, servidor, ou empresário, por exemplo, terá que agir com a intenção expressa de causar prejuízos ao erário. Caso contrário, não poderá ser responsabilizado. “Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito, não bastando a voluntariedade do agente”, lê-se na sanção, o que dificultaria o combate à corrupção.

“O mero exercício da função ou desempenho de competências públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa. Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta Lei os princípios constitucionais do direito administrativo sancionador”, consta na Lei.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Carro envolvido em acidente com PMs do Choque estava com placa  adulterada em Campo Grande

[ BASTIDORES ] Pensativo sobre mudanças

O número de presos estrangeiros no Brasil seguiu crescendo nos últimos quatro anos

manchas de sangue

Homem é esfaqueado nas costas e tórax em frente a bar por ‘Paraguai’ em Campo Grande

Notícias mais lidas agora

bodoquena

Após ‘enxurrada’ de questionamentos e prorrogação, MPMS contrata empresa por R$ 6 milhões

Agência Brasil

Veja 3 argumentos de Fux ao votar contra medidas ordenadas a Bolsonaro por Moraes

Bebê

Laudo aponta que bebê morreu asfixiada ao ser estuprada pelo pai em MS

Trator tomba e idoso de 75 anos morre esmagado em propriedade rural de MS

Últimas Notícias

Emprego e Concurso

Super Quarta: Funsat oferta 200 vagas de contratação imediata em Campo Grande

Três empresas realizam a seleção nesta quarta-feira

Famosos

Preta Gil: família divulga data, horário e local do velório; saiba detalhes

Velório de Preta Gil acontece ainda nesta semana e será aberto ao público; cantora morreu no último domingo (20), aos 50 anos

Cotidiano

Beba água: quarta-feira será de tempo seco e calor de 33°C em MS

Previsão indica predomínio da baixa umidade do ar no Estado

Trânsito

Carro é jogado em canteiro e acerta placa de sinalização após acidente com carreta na BR-163

Motorista estava saindo de um posto de combustível quando ocorreu a batida com a carreta