O MPF (Ministério Público Federal) e o MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) enviaram ofício ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, solicitando que, em cinco dias, seja informada estratégia de distribuição dos medicamentos que compõem o chamado “kit intubação”. Hospitais em todo o Estado estão com os estoques reduzidos.

No documento, o procurador do MPF Pedro Gabriel Siqueira Gonçalves e a promotora do MPMS Daniela Cristina Guiotti pedem que a pasta informe se existe previsão de adquirir fármacos como sedativos e relaxantes musculares de fornecedores estrangeiros ou qualquer outra medida excepcional para enviar os medicamentos ao Estado e evitar falhas no atendimento aos pacientes com Covid-19.

Os dois órgãos abriram investigação para apurar a falta do kit intubação em hospitais públicos e contratualizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Mas até mesmo as unidades particulares estão com o estoque baixo.

Em reunião com o MPMS, o “Rosa Pedrossian”, a Santa Casa de , o Hospital da Unimed Campo Grande, o Hospital El Kadri, o Hospital Adventista do Pênfigo e o Hospital de Câncer informaram que trabalham com baixo estoque de sedativos e bloqueadores musculares, insuficientes para a demanda atual.

O Estado chegou a receber um lote de medicamentos nesta semana, após intervenção da bancada federal junto ao Ministério da Saúde. Hospitais públicos seguem atendendo acima da capacidade nas UTIs.

Desabastecimento

Carta assinada por três hospitais de Campo Grande, na tarde do último dia 25, relatou  falta iminente de medicamentos do ‘kit-intubação'em hospitais de Mato Grosso do Sul. A carta foi assinada pela Santa Casa, Hospital Cassems e Hospital El Kadri. Conforme a nota, preços altos dos remédios em comparação ao valor de mercado vêm dificultando o procedimento de compra. “Os fornecedores não se comprometem com a entregam causando uma situação de pânico entre os profissionais da saúde, que já vislumbram um cenário caótico para os próximos dias”, diz a nota.

Os hospitais ‘clamam' ao poder público que atue para resolver o desabastecimento dos medicamentos e também para que a sociedade contribua com a diminuição de casos, praticando isolamento social. O Jornal Midiamax apurou que além dos três hospitais que assinam a carta, também há baixo estoque dos medicamentos no Hospital Universitário de Campo Grande. Em , no Hospital Auxiliadora, a situação também preocupa.

No último dia 20 de março, a direção do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), unidade referência no tratamento de pacientes com coronavírus, informou que os estoques atuais do hospital indicavam que só haveria medicamentos do kit intubação pelos próximos 10 dias.

Nacionalmente, a falta dos remédios usados para intubação de pacientes já é problema enfrentado há semanas por hospitais particulares. Nesta quarta-feira (24), o anunciou compra de 2,8 milhões de unidades de medicamentos que compõem o kit. A previsão é que a entrega dos remédios pelas farmacêuticas ocorra até o dia 30 de março, só após essa data é que os medicamentos devem ser encaminhados para os estados.