Constituição faz 40 anos e Alems usa tecnologia para preservar e poupar dinheiro público
Constituir paisagens biologicamente equilibradas é um dever, segundo trecho que consta na Constituição Estadual de Mato Grosso do Sul, desde a sua implementação. E para comemorar os 40 anos da legislação estadual, a Alems assinou o Protocolo de intenções por uma Assembleia Legislativa mais sustentável. A medida integra três pilares, que são o Papel Zero, […]
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Constituir paisagens biologicamente equilibradas é um dever, segundo trecho que consta na Constituição Estadual de Mato Grosso do Sul, desde a sua implementação. E para comemorar os 40 anos da legislação estadual, a Alems assinou o Protocolo de intenções por uma Assembleia Legislativa mais sustentável.
A medida integra três pilares, que são o Papel Zero, com objetivo diminuir o uso de folhas nas atividades diárias, o Chega de Plástico, para adotar o uso de garrafas ou copos reutilizáveis e o Energia Limpa, que estuda a implementação de painéis solares na Casa, zerando o gasto com conta de luz.
O prédio da Assembleia nasceu em meio ao verde do Parque dos Poderes e mantém a mata ao redor preservada e habitada pelos mais diversos animais presentes na fauna, como tucanos, araras e quatis.
Entre dois dos principais biomas brasileiros, o Pantanal, – que ocupa 1,76% da área total do território e banhado pela bacia do Alto Paraguai – e o Cerrado, – com índices pluviométricos regulares que propiciam sua grande biodiversidade, a Assembleia está instalada em Campo Grande desde 1979, seja improvisada nas dependências da Missão Salesiana, nas imediações da Praça do Rádio, ou no prédio atual, quando foi feita a mudança em 1986.
A ideia de incentivar a preservação, segundo o atual presidente, deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB) serve também para conscientizar os cerca de 1.000 funcionários sobre o Meio Ambiente e o uso consciente do dinheiro público.
“Adotar essas medidas é administrar detalhes. É preciso pensar que somos uma máquina pública que atua com inúmeros funcionários, muitos com 40 anos de Casa, ou seja, desde o surgimento da Assembleia. Mas a ideia é tão produtiva que basta andar nos corredores para ver que os funcionários estão se adaptando”, comenta.
Pelo prédio, não é difícil ver servidores públicos andando com suas garrafas d’água para reabastecer. “Antes, eu até bebia menos água porque era de copo em copo. Depois que trocaram os bebedouros, é possível encher uma garrafa e levar para a estação de trabalho. A gente acaba se hidratando mais, além de contribuir”, explicou a servidora Maria Aparecida.
Com sensores para enchimento das garrafas, os bebedouros novos também visam a acessibilidade, instalados para uso de cadeirantes, facilitando o consumo para todos.
Tecnologia a favor
Com aplicativo que pode ser baixado gratuitamente na loja virtual da Apple Store ou Google Play, os deputados, servidores e a população têm o acesso a notícias e vídeos da Casa. Além disso, o aplicativo é usado pelos próprios deputados na Ordem do Dia, economizando cerca de 12 mil impressões nas três sessões da semana.
Chamado de Almsapp, o software permite a consulta aos perfis dos 24 deputados estaduais, ao Diário Oficial do Legislativo, ao canal de notícias, à TV Assembleia ao vivo e à produção audiovisual que mostra a atuação dos parlamentares, também com pesquisa aos processos legislativos.
“E não é só pelo preço, é pensando na preservação ambiental. Apesar de termos a coleta seletiva, é preciso administrar avaliando o impacto ambiental das nossas ações”, pontua o presidente.
O painel eletrônico de votação, com início em 2018, só foi possível após a Casa derrubar as barreiras do voto secreto e adotar o voto nominal, mais transparente. Em 2013, os deputados votaram pelo fim do segredo e em 2015, pelo voto nominal.
Agora, o painel com o placar de votação de cada projeto fica disponível para todos que acompanham a sessão verificarem a votação. Com leitor biométrico, só é possível votar se o parlamentar registrar a presença no plenário.
Painéis solares
Tratado pelo presidente como um projeto ousado, a instalação de painéis solares na Assembleia Legislativa ainda não tem data para acontecer, mas está em análise. “Uma possibilidade é cobrir o estacionamento com os painéis. Mas, para isso, é preciso ter reserva de caixa. Neste momento, nós priorizamos economizar”, destacou Corrêa.
Único Poder estadual que faz devolução do duodécimo, repasse do governo do Estado para a gestão, a Assembleia registra cada vez menos gastos. “Nós somos o Poder constituído que mais colabora com o Executivo nas finanças, fazendo a devolução desse dinheiro. O momento é de contas apertadas, mas também analisamos a situação pensando no futuro e na economia que a implantação pode gerar”.
Com cerca de 18 orçamentos de painéis solares em estudo e apoio técnico do gabinete do 1º Secretário, deputado Zé Teixeira (DEM), um engenheiro elétrico concursado da Casa faz o levantamento do projeto.
Diminuir custos
Além de preservar o Meio Ambiente, a Assembleia visa diminuir custos. Somente com papel, cerca de 12 mil por semana, a Casa pretende economizar 48 mil cópias ao mês e 576 mil ao ano. Em reais, somando folhas e impressão – fora a manutenção das máquinas -, um corte de gastos de mais de R$ 650 mil.
Já nos copos de plástico, com uso de cerca de quatro unidades por pessoa, uma média estimada de 4.000 ao dia, o consumo seria reduzido em mais de R$ 50 mil ao ano.
“Não é só a economia. É um passo à frente para uma gestão moderna e eficiente, que se preocupa com o dinheiro do contribuinte”, destaca Corrêa. “Nos orgulha ter uma Assembleia que pensa em trabalhar e valorizar o Meio Ambiente que a cerca”.
Preservar na Constituição
Ao longo dos 40 anos, os deputados destacaram o Meio Ambiente nas ações, para que o texto constitucional visasse preservar o bioma pantaneiro, o Cerrado e a vegetação local. Citado 21 vezes na legislação e com um capítulo inteiro só para ele, o Meio Ambiente é tema de atuação de seis das 25 frentes parlamentares existentes na Assembleia.
São a Frente Parlamentar para o Desenvolvimento das Unidades de Conservação Ambiental; Regularização Fundiária; em Defesa da Pesca; em Defesa dos Animais; de Recursos Hídricos; e de Combate ao Turvamento e Assoreamento dos Rios da Região de Bonito. Todos os 24 deputados participam de, ao menos, um desses grupos de trabalho.
Segundo a Casa, essas frentes parlamentares são espaço democrático para o debate e encaminhamento de soluções e contam com a participação de diversas entidades, como federações, comitês, fundações, conselhos profissionais, secretarias do Estado, órgãos governamentais, organizações não-governamentais, sindicatos, universidades, associações empresariais, movimentos sociais.
Somente neste ano, tramitaram na Assembleia 16 projetos de lei que envolvem o tema, visando combater a crueldade contra os animais, reduzir uso de materiais plásticos, enfrentar o assoreamento e a poluição de rios, diminuir a incidência de queimadas, estimular a consciência sustentável na população do Estado.
Dos projetos apresentados neste ano, originaram-se três leis. De autoria do deputado pantaneiro Evander Vendramini (PP), a 5.348/2019, que cria o Calendário de Educação Ambiental no Pantanal.
Também a Lei 5.354/2019, do deputado Jamilson Name (PDT), que institui o Dia de Prevenção e Combate à Crueldade de Animais e a 5.392/2019, do deputado Lucas de Lima (SD), que instaura a campanha Dezembro Verde contra o abandono de animais.
Cinco audiências públicas, que contam com a participação da população para definir e criar diretrizes para enfrentar problemas e encontrar soluções, além de preservar o Bioma de Mato Grosso do Sul, também foram realizadas neste ano.
Nas ocasiões, a população debateu a cadeia da pesca, produção sustentável em terras indígenas, impactos ambientais no Complexo do Parque dos Poderes, assoreamento da Bacia Hidrográfica da Serra de Bodoquena e turismo com atenção à sustentabilidade.
Poucas emendas e respeito pela Lei
Visando conferir maior autonomia ao Estado, a Constituição Sul-Mato-Grossense respeita a hierarquia existente entre as instâncias federal, estadual e municipal. Segundo o advogado constitucionalista André Borges, o legislativo estadual apresentou poucas emendas ao lingo doa 40 anos do texto, demonstrando respeito pela Lei.
“É enxuta e clara, facilitando a aplicação. Adaptada à realidade estadual, a nossa Constituição cuida bem dos assuntos locais e tem poucas emendas, o que demonstra respeito por essa importante Lei”.
Borges também destaca que poucos artigos foram declarados inconstitucionais ao longo dos anos. “É o reflexo do zelo e da responsabilidade da parte do legislador estadual. Um belo e importante texto jurídico, que faz jus à História de coragem e determinação do povo sul-mato-grossense”.
Notícias mais lidas agora
- Polícia investiga ‘peça-chave’ e Name por calúnia contra delegado durante Omertà
- Ex-superintendente da Cultura teria sido morto após se negar a dar R$ 200 para adolescente
- Suspeito flagrado com Jeep de ex-superintendente nega envolvimento com assassinato
- Ex-superintendente de Cultura é assassinado a pauladas e facadas no São Francisco em Campo Grande
Últimas Notícias
Jovem de 20 anos é ameaçado após comprar pacote de conteúdo adulto em Campo Grande
Coagido, rapaz atendeu às ameaças do autor, que exigiu dinheiro para não divulgar conversas
Enfermeira procura polícia para denunciar paciente em Campo Grande
Paciente da Santa Casa chamou enfermeira de “gorda” e ainda ameaçou profissionais: “Vocês não servem pra nada”
Golpe do voucher: criminosos usam nome de restaurante para hackear pessoas em Campo Grande
Alerta! Conta falsa no Instagram está se passando por um restaurante de Campo Grande e aplicando golpes em moradores da capital
Semana começa com 3556 vagas de emprego em Mato Grosso do Sul
São 956 vagas para a capital que abrangem diversas áreas e níveis de escolaridade
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.