A Operação Ross, deflagrada nesta terça-feira (11), realiza buscas e apreensões em Mato Grosso do Sul para investigar a delação premiada feita por Ricardo Saud, diretor de Relações Institucionais e Governo da J&F, grupo investidor dono da empresa JBS, que denunciou suposto pagamento de propina ao PTB no Estado.

O delator sustentou que o PTB de Mato Grosso do Sul teria sido comprado com dinheiro de propina a pedido do senador afastado , do PSDB, em 2014, na campanha para presidente da República.

Em troca do dinheiro, cuja soma não é revelada, o PTB de MS deveria apoiar o candidato tucano. A delação indica que Aécio Neves, concorrente que perdeu a eleição para a ex-presidente Dilma, no segundo turno, procurou Joesley Batista, um dos sócios da J&F, e pediu R$ 20 milhões, dinheiro para cooptar partidos, um deles o PTB de Mato Grosso do Sul.

Saud disse ao MPF, sem citar valor, que fez um depósito na conta pessoal de Sérgio Magno Gomes Louzada, então tesoureiro do partido, em MS. À época, o PTB regional era chefiado pelo pai dele, Ivan Louzada.

No depoimento de 32 minutos, o diretor da J&F conta que ao todo a empresa doou R$ 100 milhões ao senador afastado e que a fortuna deveria ser devolvida com benefícios fiscais ou dinheiro. A proposta foi aceita devido à possibilidade de vitória do tucano, o que não ocorreu.

A Operação Ross cumpriu mandados em Mato Grosso do Sul, , Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Norte, Tocantins e Amapá.

PTB em MS

A assessoria de comunicação do PTB em MS afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto, visto que a delação refere-se a Ivan Louzada e seu filho.

Por telefone, Ivan garante que não ocorreu nenhuma busca e apreensão na sua casa e nem na do filho nesta terça. “Olha, eu não sei nenhuma linha sobre essa delação premiada. Não estou sabendo de nada”, disse Louzada, que está em Brasília.