Promotor quer perícia no maior legado de Artuzi em Dourados
Obra construída por Puccinelli tem qualidade investigada
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Obra construída por Puccinelli tem qualidade investigada
Na rápida passagem pelo comando da Prefeitura de Dourados, interrompida pela Operação Uragano, o ex-prefeito Ari Valdecir Artuzi teve a construção da Perimetral Norte como seu maior legado, embora a obra tenha sido executada pelo Governo do Estado. Essa via, que tirou do centro da cidade – distante 228 quilômetros de Campo Grande – o trânsito de veículos pesados, agora é alvo de investigação do MPE (Ministério Público Estadual), que pede perícia em trecho com asfalto de má qualidade.
Na segunda-feira (16), o promotor Ricardo Rotunno tornou pública a conversão em Inquérito Civil Público de um procedimento que visa apurar “notícia indicativa de dano ao erário decorrente de eventual má qualidade do asfalto implantado no rodoanel de Dourados, no trecho entre a MS-156 e BR-163 que, em tese, estaria se deteriorando, em que pese ter sido construído há apenas cinco anos”.
INVESTIGAÇÃO
Trata-se de uma investigação encampada pelo MPE desde março de 2016, através de um Procedimento Preparatório que só agora avançou para Inquérito Civil Público. Ainda no dia 28 de novembro do ano passado, a Promotoria de Justiça já havia solicitado uma perícia para constatar a qualidade do asfalto empregado no trecho crítico.
No dia 10 deste mês, foi requisitado à Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) que, no prazo de 15 dias, encaminhe cópia digital integral de todo o processo licitatório que culminou na contratação da empresa responsável pela execução do trecho entre a MS-156 e BR-163 (rodoanel), bem como da recuperação do mesmo.
O promotor justificou que no início das investigações, quando pediu à Agesul que realizasse vistoria visando constatar qual a atual situação do asfalto no trecho citado na reclamação de origem, encaminhando o respectivo laudo de vistoria, bem como encaminhasse cópia do processo licitatório respectivo, a Agência respondeu “que numa extensão de 25,243 Km, o trecho encontra-se em bom estado de conservação, pois foram adotadas medidas no sentido de recuperar aquele pavimento asfáltico, as ‘panelas’ e os ‘borrachudos’ foram totalmente recuperados”. “No entanto, a AGESUL não encaminhou cópia do processo licitatório respectivo”, pontuou o MPE.
LEGADO DE ARTUZI
Embora tenha sido construída pelo Governo do Estado por meio do Programa MS Forte, com investimento de R$ 36,8 milhões, a Perimetral Norte é apontada como maior legado de Artuzi enquanto esteve no comando da Prefeitura de Dourados, de 1º de janeiro de 2009 a 1º de setembro de 2010, quando foi preso pela PF (Polícia Federal) durante a Operação Uragano – renunciou na cadeia, no dia 1º de dezembro daquele mesmo ano.
Durante seu rápido governo, Ari Artuzi foi um ferrenho defensor da obra, uma antiga reivindicação popular para tirar do perímetro urbano da cidade o tráfego intenso de veículos pesados. E no dia 8 de abril de 2010 o então governador André Puccinelli lançou oficialmente o início dos serviços.
Foram pavimentados 25 quilômetros do entroncamento da BR-463, na saída para os municípios de Laguna Caarapã e Ponta Porã, passando pelo entroncamento da MS-162, na saída para o distrito de Itahum, até o entroncamento da MS-156, saída para o município de Itaporã, e a rotatória de acesso à BR-163 na saída para Fátima do Sul.
O PAI DA OBRA
As obras foram entregues oficialmente na tarde do dia 20 de julho de 2012, em solenidade na rotatória da BR-163 que dá acesso à PED (Penitenciária Estadual de Dourados). Naquela ocasião, Murilo Zauith (então no DEM) governava o município e Ari Artuzi assistiu ao evento timidamente, longe dos holofotes, já debilitado na luta contra um câncer intestinal que viria a lhe tirar a vida um ano depois.
Nesse mesmo dia, aliados do ex-prefeito distribuíram panfletos aos participantes do evento informando que Arituzi era o pai do “Anel Viário”, como se referia à Perimetral Norte. Contudo, Puccinelli não perdeu a oportunidade de alfinetar e durante seu discurso, afirmou que a obra tinha vários pais, citando políticos presentes no palanque.
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