Partidos receberam metade cada

Os partidos PT e PMDB teriam recebido R$ 21 milhões em propina como compromisso firmado pela empreiteira Camargo Correa em contrapartida a contratos da Usina de Belo Monte, segundo delação de Luiz Carlos Martins, investigado na Operação Lava Jato. O delator fez novo depoimento em 30 de março e reafirmou suas colaborações em reportagem do Portal iG.

Martins afirmou que o acordo entre os partidos e a empresa era de que 1% dos valores pagos nos contrato das obras civis de Belo Monte seriam destinados ao PT e ao PMDB. A Camargo Corrêa teria recebido 16% do convênio das construtoras, o que corresponderia a R$ 21 milhões pagos aos partidos, metade para cada um.

O delator também disse que a cobrança à Camargo Corrêa partiu do presidente da Andrade Gutierrez Energia, Flávio Barra. O próprio Martins levou a cobrança ao presidente da Corrêa, Dalton Avancini. Avancini teria ficado responsável responsável pelos pagamentos ao PT, enquanto o delator trataria dos repasses ao PMDB.

Compra de sucos – Martins ainda contou em depoimento que teria pensado em comprar “R$ 1 milhão em suco de fruta” para maquiar propinas pagas ao senador Edison Lobão (PMDB), um dos beneficiados pelas propinas destinadas ao partido, na época ministro de Minas e Energia. A ideia não foi pra frente, e Lobão recebeu a propina por intermédio da empresa AP Energy Engenharia e Montagem Ltda, segundo o delator.

A defesa de Lobão afirmou que o senador nunca ouviu falar da empresa nem de Martins. Procurados pela reportagem do iG, PT e PMDB não se pronunciaram, nem a empresa AP Energy. Martins foi citado em delação premiada do próprio Dalton Avancini.

(Sob supervisão de Evelin Araujo)