Diretor do negou irregularidades

Com duas investigações no MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e uma no MPF (Ministério Público Federal) sobre suspeita de uso indevido de carro oficial, possível transferência de pontos da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e uso de ‘placas frias', o diretor-presidente do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito) negou as irregularidades nesta quinta-feira (23), afirmando que investigação é moda.

A justificativa foi dada na entrada da reunião dos secretários de governo com Reinaldo Azambuja (PSDB), que acontece na Governadoria. “Não existe isso de placa fria e essa é a mesma investigação do ano passado. Temos veículos que são usados para investigação e que a presidência do órgão usa desde 2010, assim como a Corregedoria usava. Nós continuamos usando eventualmente este veículo. Não tem isso de placa fria, o governo não admite isso. Não tem esse problema, até porque para uma gestão de administra R$ 50 milhões por mês, este fato é muito pouco”.

Questionado então pela quantidade de investigações, já que este seria um procedimento normal, Gerson respondeu. “Tem porque é moda. É uma denúncia anônima. O Ministério cumpre seu papel de investigar e nós cumprimos o nosso de dar a resposta que a sociedade quer. Estou tranquilo com relação a isso. Queremos fazer uma gestão eficiente e de entrega para a sociedade, como diz o governador”.

Em abril de 2015, o Jornal Midiamax foi ao Detran conferir uma denúncia de que usaria um carro oficial, uma Amarok branca, com placas frias. O procedimento está sob investigação no MPF (Ministério Público Federal).

Tal atitude é considerada, por alguns servidores do Detran, como imoral e incoerente, já que se trata do órgão que regulamenta placas de veículos no Estado.

Após ter acesso à denúncia, a equipe de reportagem foi até o estacionamento de autoridades do Detran e fotografou o veículo citado, estacionado na vaga reservada para o diretor-presidente, com a finalidade de averiguar a regularidade da placa. Nesta ocasião, Gerson foi visto descendo do carro, acompanhado de um motorista particular.

A placa da caminhonete fotografada foi consultada no Sinesp (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública), sendo confirmado, então, que o veículo não existe. No resultado final da busca aparece a mensagem: “veículo não encontrado”.

Ademais, a denúncia diz que Gerson transferiu, fora do prazo legal de 30 dias, 39 pontos de sua CNH (Carteira Nacional de Habilitação) para subordinados. Ele teria feito isso dentro de um período de um ano.

O documento da denúncia feita no ano passado termina destacando que, segundo o Estatuto dos Servidores Públicos, um funcionário tem a obrigação de denunciar atitudes irregulares praticadas por qualquer trabalhador do poder público, sobretudo um superior hierárquico.