Com ‘nome sujo’, Campo Grande tem mais de R$ 497 milhões parados para obras

Dinheiro está na Caixa Econômica Federal

As enchentes que levaram ruas e destruíram casas poderiam ter sido amenizadas se os mais de R$ 497 milhões que a Prefeitura de Campo Grande tem não estivessem parados na Caixa Econômica Federal. Isso porque a Capital está com o “nome sujo” e não investiu em contrapartidas, segundo o prefeito eleito Marquinhos Trad (PSD).

Em seu gabinete na Assembleia nesta quarta-feira (9), o prefeito eleito mostrou dados levantados junto à Caixa.

Juntas, a dívida e a situação deixada pelo então prefeito Gilmar Olarte, que teria deixado o caixa da Prefeitura com baixa arrecadação e sem dívidas, são argumentos usados por Bernal para a dificuldade de investir em contrapartida para as obras.

“A cidade está com a certidão negativa e, por conta disso, não consegue que os milhões paralisados sejam liberados para que as obras sejam retomadas. Foram cinco contratos, todos assinados na gestão do Nelsinho do PAC II junto à Caixa e dão um total de R$ 100 milhões ainda lá”.

Segundo Marquinhos, a Caixa o informou sobre a certidão negativa. “Entrei em contato com o procurador jurídico da Prefeitura e ele disse que há um recurso no TRF sobre o assunto. O governador está em Brasília e também vai conversar sobre este assunto com o ministro das Cidades”.

Obras paradas

Campo Grande conta com R$ 552 milhões de financiamento do FGTS para cinco grande sobras: manejo de águas pluviais,urbanização de favelas, modernização semafórica (pontes, passarelas, abrigo de ônibus, ciclovia, defensas), Mobilidade Grandes Cidades e pavimentação e qualificação de vias. Todos esses projetos estão paralisados, atrasados ou sequer foram iniciados.

São R$ 117 milhões do Mobilidade Grandes Cidades cujos recursos nunca saíram do papel. Ao todo, faltam R$ 397 milhões a serem liberados. Com outros R$ 100 milhões do PAC, são mais de R$ 497 milhões em recursos parados.

Asfalto

Existem mais de R$ 310 milhões em investimentos para pavimentação asfáltica em Campo Grande. Os recursos abrangem asfalto em 21 locais, nenhum finalizado ainda. Do total, 16 estão em andamento. Outros cinco locais sequer tiveram as obras iniciadas.

Os bairros que tiveram o asfalto iniciado, mas que ainda não foram concluídos, são o Sírio Libanês, Alto São Francisco, Atlântico Sul (Etapas A, B,C), Seminário (Etapas A, B, C), Mata do Jacinto (Etapas A, B, C, D e E), Portal do Panamá, Bellinate (com somente 31,15% da obra feita) e Atlântico Sul (Etapa D).  

Na Nova Campo Grande, Nasser, Anache, José Tavares e Nova Lima, as obras ainda não começaram. A equipe de reportagem tenta há dois contato com a asessoria de comunicação da Prefeitura para saber sobre as obras paradas de Campo Grande, mas não obteve resposta até o momento. Antes da publicação da matéria, a reportagem tentou novo contato, via telefone, mas sem sucesso.