Candidatas em MS afirmam que foram obrigadas a ‘repassar’ dinheiro de campanha para homens
Candidatas em MS teriam sido obrigadas a ‘devolver’ dinheiro de campanha para candidatos sob ordem de comitês eleitorais
Da Redação –
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Mulheres que foram candidatas em MS denunciam suposto esquema para driblar a legislação eleitoral e manter o favorecimento para candidatos homens. Assim, o dinheiro de campanha chegou nas contas delas, mas acabou desviado para candidaturas mais ‘fortes’ em diversas legendas.
Em Mato Grosso do Sul, assim como no restante do Brasil, os partidos políticos têm dificuldade para cumprir a cota de gênero.
Segundo a regra, criada em 1997, e reafirmada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com a resolução 23.609/2019, cada partido deve registrar o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada gênero.
No entanto, ficou tudo só no papel em boa parte dos diretórios, segundo as candidatas em MS.
Dinheiro de campanha não ficou com candidatas em MS
Apesar de atender a legislação numericamente, as candidaturas femininas receberam tratamento diferenciado até na hora da distribuição do dinheiro de campanha.
E o pior é que grupo com algumas candidatas afirma enfrentar dificuldade até para registrar a denúncia nos órgãos competentes.
“Quando contamos nossa história, fomos orientadas a preencher tudo por um aplicativo, apesar de já termos relatado tudo a um representante do órgão que procuramos”, revela uma das denunciantes.
As candidatas em MS relatam que o dinheiro de campanha chegou nas contas delas. No entanto, tiveram que sacar e ‘devolver’ os valores para candidatos homens.
Nos comitês, coordenadores detalharam o esquema sem receio e explicaram que as candidaturas com ‘mais chances’, quase totalmente masculinas, naturalmente deveriam receber mais apoio.
A discriminação contra as candidaturas femininas não é novidade e já foi amplamente documentada, inclusive em âmbito nacional. Segundo dados do Senado Federal, em 2020 três a cada 10 candidatas acabaram prejudicadas por serem mulheres.
“Além de ilegal, é humilhante. Descobri que fui usada quando ouvi do coordenador da campanha que não deveria criar problemas, pois só assim teria chance de ser candidata novamente em 2024”, relata uma das políticas.
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