MPF recomenda que PMs usem câmeras corporais ao atuarem em áreas de conflito fundiário

Documento foi expedido após relatos de uso exagerado da força em reserva de Dourados

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Área conflito fica nas proximidades da Aldeia Bororó
Área conflito fica nas proximidades da Aldeia Bororó

O MPF (Ministério Público Federal) expediu recomendação a Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) para que, os atendimentos da Polícia Militar relacionadas a conflitos fundiários envolvendo comunidades indígenas sejam gravados.

O órgão recomenda que os registro seja feito preferencialmente por meio de câmeras operacionais portáteis, as bodycams, acopladas na farda de todos os integrantes das equipes policiais. Isso sem prejuízo da elaboração dos relatórios de ocorrência que deverão igualmente ser remetidos ao MPF.

A recomendação foi expedida após relatos e registros feitos por integrantes da comunidade indígena Ava Eté II, acampada em região próxima à aldeia Bororó, em Dourados. Segundo consta, a PM realizou uma abordagem injustificada com excessivo uso da força no dia 11 de novembro, com disparos de arma de fogo e depredação de habitações. Os indígenas afirmam ter fugido pela aldeia Bororó e ninguém se feriu.

Recomendar a utilização de câmeras corporais se baseia em recente decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que reforça a necessidade de gravação audiovisual em buscas domiciliares, fixando o prazo de um ano para que as polícias providenciem os equipamentos e se adaptem.

O órgão ministerial recomendou ainda que intervenções policiais sejam previamente comunicadas à Funai (Fundação Nacional do Índio), incluindo as solicitações realizadas por particulares à PM para apoio em atividades de plantio, colheita ou aplicação de agrotóxicos, sendo estas previamente comunicadas também ao MPF.

O MPF estabeleceu o prazo de cinco dias para que sejam fornecidas informações acerca do acatamento da recomendação. A não adoção dos termos pode ensejar a tomada de medidas administrativas e judiciais cabíveis.

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