Violência marca confronto entre índios e sitiantes na ‘retomada” de área Yvu Vera
Índiios decidem que não vão deixar a área que fica na zona urbana.
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Índiios decidem que não vão deixar a área que fica na zona urbana.
Um confronto entre índios e sitiantes na tarde de ontem durante a ocupação de uma área de 11 hectares da Chácara Morada do Sol localizada na Perimetral Norte próximo à entrada da Reserva Indígena de Dourados resultou em agressões físicas.
O dono da chácara, Antonio Carlos de Carvalho, de 58 anos, foi agredido e sofreu lesões na face e nas mãos provocadas por facões. Carlos Heleno de Almeida, de 31 anos, genro de Antonio também sofreu lesões.
O clima está tenso na chácara onde dezenas de índios permanecem sob a alegação de que a área pertence aos Guaranis conforme decisão liminar da ministra Carmem Lúcia do Supremo Tribunal Federal. Os índios intitularam a área de terra “Yvu Vera”.
Conforme informações de lideranças indígenas os sitiantes estão armando um grupo de índios da Aldeia Jaguapiru contra os da Aldeia Bororó que fica ao lado da área litigada.
Antonio Carlos registrou na manhã de hoje um boletim de ocorrência na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (DEPAC) onde foi submetido a exame de corpo de delito. Ela alegou que um grupo de índios da Aldeia Jagurapiru que “estão em um assentamento tentaram invadir a propriedade”.
Um grupo de 15 pessoas, segundo Antonio Carlos, armadas de foice e facões lhe agrediu provocando cortes nos braços, nas mãos e na face.
O dono da chácara afirmou que o grupo foi impedido de ocupar a área pelo capitão Silvano da Aldeia Bororó e por isso se retiraram do local. Antonio afirmara que os índios Adãozinho e Adelino ao saíram da chácara atearam fogo no canavial de sua propriedade.
O professor de História Onildo Lopes dos Santos está acompanhando a ocupação da área e confirmou que os índios não vão deixar a área. Durante toda a noite, o clima foi tenso na chácara Morada do Sol, disse Santos.
A DECISÃO
O STF suspendeu em março os efeitos da decisão da Justiça Federal que determinou a reintegração de posse dos imóveis ocupados pelos índios Guarani, Kaiowa e Terra na área Yvu Vera.
Na época a ministra Carmem Lúcia destacou que a desocupação dos imóveis vizinhos à área Yvu Vera poderia oferecer graves riscos de perda de vidas humanas nos dois lados do conflito. . A decisão foi tomada na Suspensão de Liminar (SL) 1097, ajuizada pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI).
A 2ª Vara Federal de Dourados deferiu liminares em cinco processos determinando a desocupação dos imóveis, denominados Área Remanescente I da Fazenda Bom Futuro, Sítio Bom Futuro, Granja Erotilde e Sítio São Luiz, ocupados desde março de 2016. As decisões foram mantidas pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3).
No STF, a FUNAI afirma que a Reserva de Dourados vem perdendo área e que os indígenas do local aguardam a revisão dos limites há mais de 30 anos.
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