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Justiça

MPF pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono da JBS e de presidente de fábrica em MS

Empresas também atuam em Mato Grosso do Sul  
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Empresas também atuam em Mato Grosso do Sul  

O Ministério Público Federal em Brasília pediu o bloqueio de até R$ 3,8 milhões à Justiça Federal das contas do dono da J&F investimentos, Joesley Batista – controlador de empresas como a JBS que por sua vez controla marcas como Swift, Friboi e Seara -, e do presidente da , José Carlos Grubisich Filho, empresa que também pertence à J&F; Três destas marcas atuam em Mato Grosso do Sul.

A JBS tem três unidades no Estado, sendo duas de west blue (resultado do curtimento ao cromo do couro) nas cidades de e , e um centro de distribuição em Campo Grande. Já a Eldorado, fábrica de celulose, está instalada em Três Lagoas.

Segundo o MPF, os dois descumpriram termo de ciência e compromisso firmado em setembro de 2016 com o MPF, no âmbito das investigações da Operação Greenfield, que apura fraudes bilionárias contra quatro dos maiores fundos de pensão de funcionários de empresas estatais. À época, o acordo que manteve Joesley Mendonça Batista no cargo de presidente do grupo J&F.

Uma das solicitações do MPF é para que seja feito o bloqueio de bens e ativos dos envolvidos até o limite de R$ 3,8 bilhões, como forma de garantir o ressarcimento de prejuízos causados aos Fundos de Pensão, ao FGTS e à Caixa Econômica Federal. 

A petição tem 16 páginas e, ao longo da narrativa, o procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes detalha os motivos que levaram o MPF a solicitar o restabelecimento das medidas cautelares originais. O principal deles foi a descoberta de indícios da prática de atos ilícitos por parte de Joesley e José Carlos, com o objetivo de esconder irregularidades cometidas à frente da Eldorado Celulose.

Documentos entregues ao MPF revelam que, após a deflagração da Operação Sépsis (que atualmente tramita em conjunto com a Greenfield e a Cui Bono), foi decidido, pela própria Eldorado, contratar apuração independente “com vistas à adoção de medidas cabíveis”.

As firmas contratadas foram a Ernest & Young e a Veirano Advogados, mas, como detalha a petição do MPF, em vez de apurar as irregularidades, tais firmas agiram na tentativa de legitimar as práticas ilegais encontradas, como o pagamento de R$ 37,4 milhões da Eldorado para as empresas Viscaya e Araguaia, de propriedade de Lúcio Funaro.

Denunciado no âmbito da Operação Sepsis, Funaro está preso em Brasília a responde a outras investigações. A explicação da auditoria para os pagamentos passa por uma “triangulação” envolvendo o Grupo J&F que teria contratos com as duas empresas de Lúcio Funaro e um crédito junto à Eldorado.

No entanto, para o MPF, a justificativa apresentada esconde atos propriamente de lavagem de dinheiro. “A equipe de auditoria contratada pela Eldorado buscou, de todas as formas, trazer uma aparência de transparência e legalidade para as referidas operações financeiras, aduzindo ser impossível inferir uma correlação entre pagamentos realizados pela Eldorado às empresas de Lúcio Funaro e a concessão do financiamento ou quaisquer vantagens em favor da companhia”, afirma um dos trechos do documento.

Ainda em relação à auditoria, o MPF destaca o fato de o comitê supervisor da apuração contar com agentes da Eldorado Celulose, como o próprio José Carlos Grubisich, investigado nas operações, e o ex-ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, que é filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT). O documento menciona ainda que a auditoria confirmou a existência de doações eleitorais por parte da Eldorado, inclusive para o diretório estadual do PTB, na Bahia.

O partido é ligado a outro investigado da Operação Cui Bono: o ex-ministro Geddel Vieira Lima. Ainda assim, lembra o MPF, os autores da auditoria defenderam a regularidade dos repasses que, em última análise, podem tratar-se de dinheiro público. Os fundos de pensão Petros e Funcef possuem cotas de participação acionária indireta na Eldorado.

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