Proprietários garantem que lutam até mesmo na Justiça para não entregar cães ao CCZ

Gastos iniciais podem chegar a R$ 300, dependendo do estágio da doença e do porte do cão.

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Gastos iniciais podem chegar a R$ 300, dependendo do estágio da doença e do porte do cão.

Segundo os moradores da região do Jardim Aeroporto e do Santo Amaro, a ação do CCZ é constante no bairro e que sempre são informados da alta incidência de leishmaniose, no entanto, entre os proprietários de cães, uma decisão é unânime: o tratamento.

Dona de um casal de labradores, Helena Martins estava levando Aila, de um ano e oito meses, a mais uma consulta veterinária. De fraldas, a cadela era tratada o tempo todo com carinho. “Tem que cuidar, usar a coleira preventiva, quando vence a coleira a veterinária avisa, e cuidar bastante, porque aqui no bairro a incidência é muito alta”, garante ela.

Com o gasto de cerca de R$ 400 mensais, Helena demonstra certeza sobre a atitude caso um dia um de seus cães tenha a doença. “Eu trato, vou tratar, até o fim. Cachorro não é um objeto que você desiste. Vou perder um animal que eu amo? Nunca”, afirma com lágrimas nos olhos já abraçando a cadela.

O mesmo diz a costureira Fabiane Machado Nogueira, de 31 anos, que após perder um cachorro poodle, levou três filhotes para passarem por consulta veterinária. “Recentemente meu cachorro morreu, mas eu fazia tratamento nele de leishmaniose há dois anos. E tratei, tanto que ele morreu por outro motivo, não pela doença”, apontou ela.

Fabiane também não aceita que os servidores do CCZ entrem em sua casa. “Eu não aceito, não entrego de jeito nenhum e assumo que sou responsável pelo tratamento dos meus cachorros, tenho três filhos apaixonados pelos cães, seria um sofrimento muito grande”.

Orientação e informações

Atendendo em um grande pet shop na região do Santo Amaro, o gerente Reginaldo Nazário Martins conta que depois do caso Scooby muitos proprietários procuram o local para buscar informações e ajuda. “Tem muito proprietário desesperado, explico então que é preciso buscar orientação com um profissional veterinário, que só esse profissional pode indicar os tratamentos, quais os remédios e dosagem”, afirma.

Segundo Reginaldo, a desinformação causa medo. “O CCZ chega na casa e às vezes são bruscos com os proprietários, que ficam fragilizados, então um trabalho conjunto seria essencial para que todos tivesse mais informações”, sugere.

O pet shop que ele gerencia oferece orientação veterinária aos clientes. “Isso cria um vínculo de confiança necessário, e quem tem um cachorro deve saber que é uma responsabilidade, gasto e tudo mais”.

Questionado sobre se trataria um cachorro com diagnóstico positivo para a LVC ele é taxativo. “Lutaria juridicamente se preciso, é um ente da família, não iria me desfazer de um cachorro que vive comigo há dez, 12 anos, como já vi casos aqui”, garante.

Gastos

Segundo apurado pela reportagem, os gastos iniciais para tratamento de um animal positivo de leishmaniose pode chegar a R$ 300, dependendo do porte e do estágio da doença, isso contabilizando os exames, vacina preventiva, coleira scalibour e remédios. Após os gastos iniciais, a previsão de gastos é de R$ 60 mensais, em média, e o remédio mais indicado pelos veterinários é o Alopurinol, com custo variado entre R$ 8 e R$ 20 dependendo da dosagem.

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