Moda ilegal: ‘peladões’ flagrados em MS podem responder na Justiça por ato obsceno

Os recentes casos de ‘peladões’ flagrados em locais públicos de Campo Grande levantaram questionamentos nas redes sociais sobre qual a relevância dos fatos para a coletividade. Apesar de mostrarem pessoas que resolveram se exibir sem qualquer tipo de aliciamento ou violência, os vídeos mostram violações da lei. Segundo Camilo Kettenhuber, delegado de Polícia Civil, caso […]

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Os recentes casos de ‘peladões’ flagrados em locais públicos de Campo Grande levantaram questionamentos nas redes sociais sobre qual a relevância dos fatos para a coletividade. Apesar de mostrarem pessoas que resolveram se exibir sem qualquer tipo de aliciamento ou violência, os vídeos mostram violações da lei.

Segundo Camilo Kettenhuber, delegado de Polícia Civil, caso seja registrado um boletim de ocorrência ou haja um flagrante, o autor com intenção de se expor responde por ato obsceno.

Ato obsceno é definido como crime no artigo 233 do Código Penal brasileiro, e consiste na prática de obscenidade em lugar público, aberto ou exposto ao público. A pena é de detenção de três meses a um ano, ou multa.

Peladões de Campo Grande

Um dos casos aconteceu no dia 17 de junho, quando uma mulher foi filmada andando nua, pela Rua Maracaju, na área central de Campo Grande. O flagrante aconteceu um pouco antes do jogo do Brasil e México, pela Copa do Mundo. Acredita-se que a mulher seja paciente psiquiátrica e, por conta disso, não tinha noção do que estava fazendo.

Já em Três Lagoas, jovens aparecem nuas e seminuas em vários pontos da cidade, sendo em um deles no obelisco. Elas também tiraram fotos dentro de uma agência bancária, na qual duas estão dando um beijo sem as roupas de baixo.

Ainda em junho, dois rapazes apareceram sem roupas correndo em frente de uma casa noturna na Avenida Afonso Pena, principal via da Capital sul-mato-grossense. A gravação começa dentro do carro onde estão os homens, que seriam estudantes de agronomia em uma rua próxima da avenida. Quando o veículo vira na Afonso Pena, os dois saltam do carro e saem correndo pela via, em frente de uma casa sertaneja.

Já no último domingo (10), uma mulher loira visivelmente embriagada, foi filmada por várias pessoas dançando com a calcinha à mostra, cambaleando e tentando dançar sobre um automóvel estacionado no local. O fato aconteceu na frente da mesma casa sertaneja, na esquina da Avenida Afonso Pena com a Rua Espírito Santo, no Jardim dos Estados, região central de Campo Grande.

Culpa do álcool

Sobre a atitude de se expor pelado em público o psicólogo Paulo da Silva Godoy, diz que fora os casos onde a pessoa sofre de algum problema psiquiátrico, na maioria das vezes, o álcool serve como desinibidor.

“A bebida tem dois estágios, o da euforia e o depressivo, o álcool também causa o rebaixamento da consciência”. Rebaixamento esse que na maioria das vezes leva a pessoa a fazer algo que tenha vontade, porém não o faça em estado de sobriedade, de acordo com o psicólogo.

E, para complicar, a facilidade de registro em vídeo e disseminação das filmagens através dos celulares com câmeras e aplicativos de mensagens instantâneas, amplifica os efeitos das exposições. “Recebi os vídeos de um amigo, que recebeu de outro amigo, que também recebeu de outro amigo. Esse, sim, estava no local e pegou de uma quarta pessoa, que havia conseguido gravar a cena”, conta um jovem que mantém uma das filmagens no próprio aparelho.

Vale lembrar ainda que, em casos de vídeos que flagrem situações ilícitas, a simples posse ou retransmissão pode causar graves problemas com a Justiça. Manter imagens inadequadas de menores de idade, por exemplo, é crime.

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