Já tramita na Justiça Comum, mais especificamente na 1ª Vara Criminal de Corumbá, o processo sobre a morte de Greice Soares Roque, 26, ocorrido entre a noite de quarta e a madrugada de quinta-feira, dias 14 e 15 de novembro. O réu é o terceiro sargento da Marinha, fuzileiro naval-músico Willian Afonso dos Santos, 29, lotado no 6º Distrito Naval de Ladário, que está preso em regime fechado na sede daquela organização militar.

A delegada de Polícia Civil, Priscila Anuda Quarti Vieira, responsável pelas investigações, informou que o militar foi indiciado pelos crimes de homicídio qualificado por motivo fútil e ocultação de cadáver. Pela qualificadora do motivo fútil, a pena de prisão oscila de 12 a 30 anos. A ocultação de cadáver tem reclusão variando de um a três anos.

Greice foi estrangulada e teve o corpo escondido dentro de uma mala. O crime só foi descoberto porque o acusado tentou se livrar do corpo nas proximidades do lixão – em companhia de outros dois militares – e foi denunciado por moradores da região que estranharam a movimentação e acionaram a PM pelo telefone 190. O fuzileiro confessou a ação durante interrogatório policial ocorrido após ter sido preso em flagrante na tarde do dia 16 de novembro.

As investigações mostraram que o corpo de Greice permaneceu na casa do fuzileiro naval até a sexta-feira, dia 16. “Ele deixou o corpo em casa, foi trabalhar, voltou, limpou a casa inteira. Pediu a mala emprestada, onde colocou o corpo na sexta-feira por volta do meio-dia. O corpo permaneceu na cozinha”, disse Priscila Vieira ao relatar o que o terceiro sargento havia contado para a Polícia Civil em interrogatório.

De acordo com as informações passadas pela delegada, com base no interrogatório, o pescoço de Greice foi quebrado – após ter sido morta – para que coubesse na mala em posição fetal. O militar disse que houve consumo de drogas por eles e que o homicídio aconteceu fruto de uma discussão e também porque teria sido ameaçado pela mulher. “Na verdade houve muito uso de drogas, mas a droga não o deixou fora de si. Ele mesmo disse que a quantidade não era suficiente. Ele estava consciente do que fazia”, destacou a delegada. Priscila Vieira disse que os dois colegas do fuzileiro-músico, classificados apenas na condição de testemunhas, foram fundamentais para a solução do crime e prisão do acusado. “Eles foram responsáveis pela captura, após a descoberta do corpo na mala”, salientou.