Partidos prometem questionar na Justiça vazamento e critérios de pesquisa do Ipems

Líderes do PT, PP e PPS alegam que o levantamento foi manipulado para favorecer o pré-candidato governista ao relacionar os concorrentes aos seus padrinhos políticos

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Líderes do PT, PP e PPS alegam que o levantamento foi manipulado para favorecer o pré-candidato governista ao relacionar os concorrentes aos seus padrinhos políticos

Diante da publicação de pesquisa do Ipems em órgão de imprensa do Estado, PT, PP e PPS vão acionar o departamento jurídico dos partidos para questionar na Justiça os critérios da amostragem e o vazamento dos dados. Líderes das três legendas alegam que o levantamento foi manipulado para favorecer o pré-candidato governista, deputado federal Edson Giroto (PMDB), ao relacionar os concorrentes aos seus padrinhos políticos.

“A comissão executiva do partido decidiu que vai questionar judicialmente a pesquisa”, declarou o deputado estadual Alcides Bernal (PP), pré-candidato a prefeito da Capital. Ele está convicto que o único objetivo do levantamento foi “fragilizar” seu projeto político. A afirmação leva em consideração o fato de demais amostragens apontá-lo como favorito na disputa eleitoral.

A pesquisa do Ipems, por sua vez, mostra Giroto na liderança do embate. “Está batendo o desespero deles, por isso, distorcem critérios de pesquisas para que o resultado lhes atender”, disse Bernal sobre o fato de o levantamento associá-lo apenas ao PP, enquanto o pré-candidato do PMDB goza na amostragem do apoio do governador André Puccinelli (PMDB) e do prefeito Nelsinho Trad (PMDB).

Também pré-candidato a prefeito da Capital, o vereador Athayde Nery (PPS) classificou de “ficção” a pesquisa do Ipems, divulgada nesta terça-feira (15) por órgão de imprensa, conforme antecipou Puccinelli na semana passada. “Essa pesquisa na verdade é ficção, é lenda, é mula sem cabeça”, disparou sobre os critérios da amostragem, que deu pesos desiguais aos concorrentes.

No levantamento, ao contrário de alguns rivais, o vereador foi relacionado apenas com o apoio do partido. “Poderiam me associar ao Roberto Freire (deputado federal e presidente nacional do PPS), as juntas dos servidores públicos, a minha trajetória com o movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), a questão dos índios”, exemplificou.

Levando em conta o questionário, Athayde tem certeza que o levantamento foi feito justamente para atender os objetivos dos governistas. “Então o que vier da máquina, do governador, você tem que olhar com certa desconfiança. Se o Giroto tivesse atrás, será que ele ia divulgar? Essa é a pergunta. Eu vi outra pesquisa que não era essa construção ai”, ponderou.

Diante da suspeita, Athayde adiantou a possibilidade de o partido ingressar com ação para questionar os critérios da pesquisa. “Vou conversar com meu apoio jurídico, vamos analisar”, disse. “Eu acho você tem que levar a sério isso e o próprio governador não levou a sério. Ele mesmo acabou desvalorizando a pesquisa com a não seriedade que ele tratou o assunto”, emendou sobre o fato de Puccinelli antecipar o resultado da amostragem.

Na sessão da Assembleia Legislativa desta terça-feira, o deputado Cabo Almi (PT) adiantou que o PT também estuda ingressar ação para questionar os dados da pesquisa. “Houve um direcionamento evidente nas perguntas da pesquisa e cabe ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) fiscalizar isso”, defendeu. Indagado sobre a hipótese de a Justiça Eleitoral não se manifestar, o parlamentar destacou expectativa de ação por parte do partido. “Acredito que o PT vá tomar uma atitude”, comentou.

Após vir à tona o vazamento da pesquisa e o seu questionário, o pré-candidato petista a prefeito, deputado federal Vander Loubet, adiantou que cobraria da direção regional do partido medidas para rebater os dados. O deputado estadual Paulo Duarte (PT) fez coro ao discurso dos correligionários. “É óbvio que a pesquisa precisa ser questionada”, declarou.

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