Oposição pede à Justiça que saúde de Chávez seja avaliada

O partido opositor venezuelano Vontade Popular registrou nesta terça-feira uma solicitação ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) para que seja avaliado o estado de saúde do presidente, Hugo Chávez, para determinar se o líder está capacitado a exercer suas atividades. “Solicitamos à Sala Plena do Tribunal Supremo de Justiça que designe uma junta médica para […]

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O partido opositor venezuelano Vontade Popular registrou nesta terça-feira uma solicitação ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) para que seja avaliado o estado de saúde do presidente, Hugo Chávez, para determinar se o líder está capacitado a exercer suas atividades.

“Solicitamos à Sala Plena do Tribunal Supremo de Justiça que designe uma junta médica para determinar a situação de possível incapacidade física permanente do presidente da República”, disse o dirigente do Vontade Popular, o advogado Rafael Veloz.

Veloz explicou que o objetivo da solicitação é que uma junta formada por cinco médicos determine se o líder pode seguir na Presidência ou se é necessário que o vice-presidente assuma.

Caso o Supremo dê sinal verde à solicitação e a saúde do presidente estiver realmente comprometida, a Assembleia Nacional (AN) decidiria se Chávez deve ou não continuar no exercício de suas funções.

Além disso, o advogado assinalou que, “em caso positivo, com o presidente declarado sem capacidade física permanente para o exercício de suas funções, o vice-presidente complementa o período presidencial que termina em janeiro do próximo ano”.

Para Veloz, esta solicitação se deve “à incerteza” que existe no país, pois, “dos últimos 365 dias, o presidente não esteve na Venezuela em 250”.

Volta

Mais cedo, o ministro do Interior, Tareck El Aissami, informou à emissora de televisão estatal VTV que Chávez voltará a Venezuela nas próximas horas desta terça-feira. O retorno acontece uma semana após o mandatário ter ido para Cuba, onde faz radioterapia contra um câncer na região pélvica.

Na segunda, Chávez disse que voltaria “em alguns dias” à Venezuela, em ligação telefônica transmitida na televisão estatal do país. O presidente disse que está governando “com todas as suas faculdades mentais” de Cuba, apesar das críticas da oposição.

O anúncio acontece em meio a rumores sobre o estado de saúde do presidente. Na segunda, aliados insistiram que ele ainda estava comandando a nação, apesar de uma semana de silêncio do líder normalmente loquaz, cuja batalha contra o câncer tem ofuscado sua candidatura à reeleição.

A constante presença na mídia reduziu-se a algumas mensagens no Twitter. Sua ausência atiçou as críticas de que ele não está mais comandando corretamente o país e estimulou conversas sem precedentes de um sucessor para o ex-soldado, que evitou cultivar um protegido que poderia substituí-lo.

A saúde de Chávez é tratada como segredo de Estado. Ele passou por três operações desde junho passado, incluindo uma que removeu um tumor do tamanho de uma bola de beisebol. Mas os líderes do governo se recusaram a divulgar detalhes sobre sua condição.

Ele supostamente teria concluído a última das cinco sessões de radioterapia, mas o silêncio incomum tem provocado especulação de que sua condição pode estar piorando, possivelmente se tornando fatal.

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