Justiça vai às ruas de Campo Grande investigar denúncias de compra de voto ‘fiado’

Na reta final da campanha, a maioria das denúncias dão conta da oferta de R$ 50, R$ 100 ou R$ 200 apenas se o candidato vencer a eleição. Quem for pego vendendo o voto pode ficar até quatro anos atrás das grades

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Na reta final da campanha, a maioria das denúncias dão conta da oferta de R$ 50, R$ 100 ou R$ 200 apenas se o candidato vencer a eleição. Quem for pego vendendo o voto pode ficar até quatro anos atrás das grades

Equipes do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), acompanhadas de agentes da Polícia Federal, estão nas ruas de Campo Grande investigando denúncias de compra de voto “fiado”, que se intensificaram na reta final da campanha.

Segundo o oficial de Justiça, Edson Lira, praticamente todas as denúncias que chegam ao TRE dão conta de promessas de dar entre R$ 50 a R$ 200 somente se o candidato vencer a disputa. “É a compra de voto fiado”, comentou em entrevista por telefone, enquanto investigava um caso.

A maioria das denúncias, de acordo com o oficial de Justiça, envolve representantes da coligação “Mais Trabalho por Campo Grande”, comandada pelo deputado federal Edson Giroto (PMDB), que está atrás na corrida eleitoral como apontam todas as pesquisas de intenção de voto.

Na manhã desta sexta-feira (26), conforme Lira, todas as equipes do TRE estão nas ruas diante do aumento de denúncias de compra de voto “fiado”. Cada oficial é acompanhado de três agentes da Polícia Federal. Até o juiz da 35ª zona eleitoral, Flávio Saad Peron, está nos bairros para garantir uma eleição limpa.

Eleitor pode parar atrás das grades se vender o voto

De acordo com o artigo 299 do Código Eleitoral, venda e compra de voto pode resultar em prisão por quatro anos. “Tanto o candidato, ou quem esteja comprando voto em nome dele, quanto o eleitor que aceitar a vantagem, seja gasolina ou dinheiro ou cesta básica, ou qualquer outra coisa, se for pego tem pena de até quatro anos de reclusão e multa”, frisou o juiz Flávio Saad Peron.

“Comprar voto ou vender seu próprio voto pode deixar o cidadão até quatro anos atrás das grades”, reforçou o vice-presidente e corregedor do TER, Joenildo Chaves. A prática pode ainda impugnar os candidatos que compram, além de prejudicar todos os eleitores, que se desfazem do seu direito em troca, geralmente, de muito pouco.

Denúncias de compra de voto ou de qualquer outra irregularidade podem ser feitas pelo telefone (67) 3326-0001. O número é do disque-denúncia do TRE-MS.

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