Viúva afirma que não quer mais ter casa de aluguel para evitar contato com inquilinos, pois um deles assassinou seu esposo. Agora, seu desejo é que o autor seja preso.

Familiares de José Amaro da Silva, 63 anos, que foi morto na tarde do dia 11 de novembro, com uma facada nas costas, pede que a Justiça conceda o mandado de prisão solicitado pela Polícia Civil. Eles discordam que o autor, Rochael Soares de Deus, 53 anos, tenha cometido o crime num ato de legítima defesa.

Indignada, a família questiona que o autor foi indiciado por homicídio duplamente qualificado por ter agido sem dar defesa à vítima e ainda por motivo torpe. Mesmo assim ele não está preso porque acabou o período de flagrância e, portanto, é preciso um mandado de prisão.

Nesse sábado, 17, acontece a missa de sétimo dia de José Amaro, na Igreja Santa Terezinha, as 19h, no bairro São Pedro. Os familiares prometem uma mobilização pacífica para que o caso não caia no esquecimento. A providência imediata que a família quer é que a Justiça conceda o pedido de prisão solicitado pelo delegado que investiga o caso, Valmir Messias de Moura Fé, da 6ª DP.

“Ficamos sabendo que ele (Rochael) se apresentou ao delegado acompanhado de advogado. Mas como, se ele estava com quatro meses devendo pro meu marido”, questiona a viúva Elza.

De acordo com um vizinho, que também era inquilino da vítima, Rochael e José Amaro discutiram por volta das 7h30 da manhã. O crime aconteceu por volta das 13h30 do mesmo dia. Amaro levou uma facada nas costas, correu e entrou no quintal vizinho, onde morreu antes da chegada do socorro.

O genro de José Amaro, Francisco Ivan, que é sargento do Corpo de Bombeiros, foi ao local na tentativa de prestar socorro até o Samu chegar, mas o sogro já estava morto. “Ele perdeu muito sangue. Pelo tamanho da faca, pode até ser que tenha atingido o coração e o pulmão”, diz.

A família questiona que José Amaro tinha aproximadamente R$ 3 mil na carteira que ele havia recebido de inquilinos, mas o dinheiro sumiu. Além disso, o celular da vítima também não foi encontrado.

“Meu pai estava muito triste, até depressivo nesses últimos anos porque perdemos minha irmã vítima de câncer”, diz a filha Cléia Regina. Ela não aceita a versão de legítima defesa. “se ele (Rochael) alega que foi atacado com um pedaço de pau, cadê os hematomas? Por que fugiu? Cadê o exame de corpo de delito mostrando?”, questiona.

Durante depoimento na delegacia, Rochael alegou que José amaro agrediu a filha que é menor de idade. A família novamente questiona por que então autor não levou a criança para fazer exame de corpo de delito.