TJ-MS adia julgamento da professora cega que passou em concurso, mas não assumiu cargo
A Primeira Turma Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul adiou na tarde desta terça-feira (30.11) para o dia 14 de dezembro o julgamento do recurso da prefeitura de Campo Grande (MS), que insiste em não nomear a professora Telma Nantes de Matos, deficiente visual, aprovado em primeiro lugar para dar aulas […]
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A Primeira Turma Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul adiou na tarde desta terça-feira (30.11) para o dia 14 de dezembro o julgamento do recurso da prefeitura de Campo Grande (MS), que insiste em não nomear a professora Telma Nantes de Matos, deficiente visual, aprovado em primeiro lugar para dar aulas como educadora infantil.
A Justiça de primeira instância já havia dado ganho de causa à professora, pedagoga, mas o município recorreu. A prefeitura acha que a professora não conseguiria corrigir cadernos de tarefas e provas dos alunos.
O desembargador João Maria Lós pediu vistas do processo, daí o adiamento. O relator do processo, o desembargador Joenildo de Souza Chaves, negou provimento ao recurso do município. Já o desembargador Sérgio Fernandes Martins, ainda não se manifestou quanto à questão.
A professora Telma assistiu à audiência da segunda fileira do auditório onde ocorria o julgamento. Ao menos 25 deficientes visuais também foram ao tribunal apoiar a colega.
O músico Orlando Brito, cego, disse confiar na decisão judicial que deve determinar a nomeação de Telma, afinal, segundo ele, “quem passa em primeiro lugar num concurso é capaz de dar aulas”.
Telma disse ter pago R$ 70 na inscrição do concurso, realizado em dezembro do ano passado. “Foi um ato de discriminação devido o preconceito da equipe multiprofissional [que barrou ela] com pessoa deficiente”, disse ela à época que soube que não ia assumir a vaga de professora, em fevereiro deste ano.
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