O vereador Cledinaldo Cotócio (PP) disse durante sessão desta terça-feira (9) na Câmara de , distante 70 quilômetros de , estar ‘c*gando' para a população ao ser questionado sobre um projeto que entrou em regime de urgência na Casa e já foi aprovado na sessão.

Trata-se da doação de área para a ampliação da instalação da Inpasa, usina de etanol de amido. A proposta entrou em regime de urgência e a população que acompanhava a sessão reclamou que sequer uma audiência pública foi realizada para discutir a doação da área.

Um parlamentar chegou a comentar que não votaria a proposta por não ter tempo hábil para ler o projeto. Ao ter a sessão interrompida com os protestos, Cotócio se irritou.

“Eu estou c*gando para vocês. Não vou entrar nesse efeito manada”, apontou. Outras pessoas reclamaram que para aprovar projeto para ‘milionários', a Câmara agia rápido. “Para resolver medicação pro povo, ninguém liga”.

Carlos Olindo (Alicce Rodrigues, Midiamax)

Já o vereador Carlos Henrique (PSDB), que retornou na semana passada para a Câmara, após deixar o cargo de secretário municipal de Obras, afirmou que a população reclama, mas fica ‘pagando pau' para a empresa.

“Quem não leu o projeto, tem que ler. Depois que a empresa é instalada ficam pagando pau”, falou durante a sessão.

Os manifestantes acreditam na importância da empresa para a região, e frisam que a preocupação é a falta de transparência em aprovar o projeto e na ‘pressa' em pautá-lo em regime de urgência.

Mais cedo, o vereador José Gabardo (PSDB) comentou durante a operação contra o genro de Vanda Camilo na sessão, quando foi repreendido pelo vereador Elieu Vaz (PSB), da base da prefeita, pedindo para que Gabardo se limitasse a comentar sobre o projeto em discussão.

Manifestantes na Câmara

Grupos de moradores se mobilizaram para ir à Câmara de Sidrolândia para pressionar os vereadores a abrirem uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra a prefeita Vanda Camilo (PP), nesta terça-feira (9), primeira sessão após a prisão do ex-secretário de Fazenda da cidade, o vereador de Campo Grande Claudinho Serra (PSDB).

Para a população, é muito difícil que a prefeita não saiba o que acontece na própria família, com o genro nomeado na prefeitura, acusado de desviar mais de R$ 15 milhões em recursos públicos.

Vanda escapou de Comissão

Em outubro do ano passado, também em decorrência da Operação Tromper, o relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra a prefeita de SidrolândiaVanda Camilo (PP), pedia abertura de Comissão Processante por irregularidades e indícios de improbidade administrativa.

O relatório apontava indícios de ilegalidades em três contratos. Havia suspeita de dano ao erário, direcionamento e obras contratadas que não foram executadas.

Apesar do relatório, Vanda escapou de investigação por ter, à época, maioria dos vereadores na sua base de apoio na Câmara.

Vereador preso

Vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB) foi preso na última quarta-feira (3) após mandado de prisão autorizado pela Justiça por suspeitas de esquema de , durante a terceira fase da Operação Tromper. Não foi encontrada arma durante busca e apreensão na casa do vereador, em um da Capital.

O parlamentar é ex-secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia e genro da prefeita Vanda Camilo. Ele foi um dos oito alvos de prisão da operação, comandada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e da Polícia Militar, que apura corrupção na prefeitura de Sidrolândia.

Foram cumpridos também 28 mandados de busca e apreensão por suspeita de corrupção em contratos de asfalto, segundo divulgou o MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul).

A investigação, tocada pela 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Sidrolândia, ratificou a efetiva existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura Municipal de Sidrolândia, bem como o pagamento de propina a agentes públicos municipais.

Também foi identificada nova ramificação da organização criminosa, atuante no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica. Os contratos já identificados e objetos da investigação alcançam o montante aproximado de R$ 15 milhões.

A operação contou com o apoio operacional do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), do e da Força Tática da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, além da assessoria militar do MPMS.

Operação Tromper

Nas duas primeiras fases da Operação Tromper, os agentes investigaram corrupção na prefeitura de Sidrolândia, cidade distante 70 quilômetros de Campo Grande. Durante as investigações, foi descoberto, segundo o Gecoc, conluio entre empresas que participaram de licitações e firmaram contratos com a Prefeitura de Sidrolândia, que somados chegam a valores milionários.

Ainda segundo as apurações, também foi investigada a existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e desvio de dinheiro público, bem como o pagamento de propina a agentes públicos, inclusive em troca do compartilhamento de informações privilegiadas da administração pública.