A prefeita de , Vanda Camilo (PP), se reuniu, na última segunda-feira (8), com os vereadores do município, localizado a 70 km de . O encontro ocorreu um dia antes da primeira sessão após a terceira fase da Operação Tromper.

A ação que investiga corrupção no executivo municipal prendeu oito pessoas, na última quarta-feira (3), incluindo o genro de Vanda Camilo, o vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB). O parlamentar é acusado de ser o mentor do suposto esquema de corrupção enquanto era secretário de Fazenda. 

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O encontro da prefeita Vanda Camilo com os vereadores de Sidrolândia às vésperas da primeira sessão após os desdobramentos da Operação Tromper foi compartilhado nos stories do Instagram da chefe do executivo. “Finalizando as reuniões do dia com os nossos vereadores”, dizia a legenda do vídeo. 

Requerimento aprovado

O Jornal Midiamax viajou até o município a 70 km de Campo Grande para acompanhar a sessão desta terça-feira (9), que foi marcada por protestos da população. 

Sob pressão dos manifestantes, os parlamentares aprovaram por unanimidade o requerimento apresentado pela vereadora Christina Fiuza (MDB), vice-presidente da Casa, pedindo esclarecimentos da prefeitura referentes à Operação Tromper.

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O documento foi aprovado por unanimidade pelos parlamentares da Casa, com 14 votos favoráveis e nenhum contrário. 

Grupos de moradores se mobilizaram para ir à Câmara para pressionar os vereadores a abrirem uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra a prefeita na primeira sessão após a prisão do ex-secretário de Fazenda da cidade, o vereador de Campo Grande Claudinho Serra (PSDB).

Vanda escapou de Comissão

Em outubro do ano passado, também em decorrência da Operação Tromper, o relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra a prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP), pedia abertura de Comissão Processante por irregularidades e indícios de improbidade administrativa.

O relatório apontava indícios de ilegalidades em três contratos. Havia suspeita de dano ao erário, direcionamento e obras contratadas que não foram executadas.

Apesar do relatório, Vanda escapou de investigação por ter, à época, maioria dos vereadores na sua base de apoio na Câmara.

Vereador preso

Vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB) foi preso na última quarta-feira (3) após mandado de prisão autorizado pela Justiça por suspeitas de esquema de corrupção, durante a terceira fase da Operação Tromper. Não foi encontrada arma durante busca e apreensão na casa do vereador, em um condomínio da Capital.

O parlamentar é ex-secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia e genro da prefeita Vanda Camilo. Ele foi um dos oito alvos de prisão da operação, comandada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), com apoio do (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e da Polícia Militar, que apura corrupção na prefeitura de Sidrolândia.

Foram cumpridos também 28 mandados de busca e apreensão por suspeita de corrupção em contratos de asfalto, segundo divulgou o MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul).

A investigação, tocada pela 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Sidrolândia, ratificou a efetiva existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura Municipal de Sidrolândia, bem como o pagamento de propina a agentes públicos municipais.

Também foi identificada nova ramificação da organização criminosa, atuante no ramo de engenharia e . Os contratos já identificados e objetos da investigação alcançam o montante aproximado de R$ 15 milhões.

A operação contou com o apoio operacional do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), do Batalhão de Choque e da Força Tática da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, além da assessoria militar do MPMS.

Operação Tromper

Nas duas primeiras fases da Operação Tromper, os agentes investigaram corrupção na prefeitura de Sidrolândia, cidade distante 70 quilômetros de Campo Grande. Durante as investigações, foi descoberto, segundo o Gecoc, conluio entre empresas que participaram de licitações e firmaram contratos com a Prefeitura de Sidrolândia, que somados chegam a valores milionários.

Ainda segundo as apurações, também foi investigada a existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e desvio de público, bem como o pagamento de propina a agentes públicos, inclusive em troca do compartilhamento de informações privilegiadas da administração pública.