Por onde anda Magno Souza? Candidato indígena denunciou ‘jagunços’ e ‘carunchos’ no Debate Midiamax

Candidato em 2022 concorre às Eleições de 2024 pelo PCO

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Candidato do PCO, Magno de Souza, durante o Debate Midiamax, em 19 de setembro. (Foto: Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

Ex-candidato a governador em 2022, Magno de Souza candidatou-se a vereador em Dourados pelo PCO em 2024. Nas Eleições Gerais, Magno se destacou no Debate Midiamax com pautas indígenas e denúncias das condições dos povos originários que moram em Mato Grosso do Sul.

Ainda nas pré-campanhas, o partido afirmou que Magno encabeçaria a chapa de vereadores nas Eleições de 2024 no município, a 230 quilômetros de Campo Grande. No entanto, a candidatura de Magno foi indeferida pela Justiça Eleitoral.

Sentença apontou que há condenação criminal em nome do candidato. Destacou que “os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena”.

O candidato recorreu na Justiça Eleitoral e alegou omissão na sentença. Assim, afirmou que “a sentença supra considerou o prazo inicial da inelegibilidade do ora candidato a data da sentença de prescrição da pretensão executória (16/07/2020), e não a data do trânsito em julgado que condenou o ora embargante (02/12/2013)”.

Contudo, a juíza eleitoral Ana Carolina da Silva pontuou que “embargos de declaração vindos aos autos alegam que houve omissão na sentença. Entretanto, de sua leitura depreende-se que, na verdade, busca atacar o mérito da referida decisão, que somente poderá ser revisto através de recurso adequado”.

Magno de Souza nas Eleições de 2022

Magno é sobrinho de Marçal de Souza, assassinado em 1983 por um latifundiário que não admitia a mobilização dos povos indígenas sobre a retomada de terras. No Brasil, Marçal, liderança Guarani Ñandeva, é uma das figuras de maior destaque nesta resistência pela demarcação de território dos povos originários.

Magno foi candidato em 2022 ao Governo do Estado e, durante a campanha, denunciou a truculência contra os povos indígenasEle participou do Debate Midiamax nas Eleições Gerais de 2022.

Além disso, o candidato disse que Mato Grosso do Sul precisa de um Governador que saiba dialogar para acabar com os conflitos envolvendo fazendeiros e indígenas.

“Já ouvi candidato dizer que está cansado de perder policiais e da mesma forma eu estou cansado de perder índio. Vou falar isso para ele no debate. Não aguento mais ver índio ser assassinado. Precisamos de um governador que resolva o problema, que entre em ação e que converse”, desabafou à época.

No segundo bloco do Debate Midiamax de 2022, o candidato a governador de Mato Grosso do Sul Magno Souza (PCO) questionou André Puccinelli (MDB) sobre ‘carunchos’ em alimentos enviados às aldeias durante o governo do emedebista. Em resposta, Puccinelli disse que “apesar de ser proteína”, carunchos não faziam parte das cestas enviadas para os indígenas.

Denúncia

Ao Jornal Midiamax, disse que ‘jagunços’ armados faziam a vigia de indígenas em caixas d’água na retomada Aratikuty.

“Sempre tem alguém lá em cima armado, olhando para os nossos lotes. A gente se sente como se estivesse em um monitoramento coletivo, como se fosse gado no meio do pasto. De lá, eles vigiam os nossos passos”, contou um dos moradores.

Assim, o assunto veio à tona durante o Debate Midiamax, que reuniu todos os candidatos ao Governo do Estado, no primeiro turno.

“[…] Quero fazer uma denúncia de que os jagunços, seguranças privados, atiradores de elite estão perseguindo muitos indígenas, estão subindo numa caixa d’água da Sanesul, eles não têm direito de subir ali. Inclusive estou denunciando para o Ministério Público e estou denunciando também para o governador. Resolvam esse problema aí, antes que morram indígenas. Depois falam que indígenas que estão armados até os dentes lá”, denunciou o candidato no Debate Midiamax.

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