A distribuição do livro ‘O Avesso da Pele’ causou debate na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) nesta terça-feira (5). Deputados estaduais repudiaram a inserção do livro em bibliotecas da Rede Estadual de Ensino e chegaram a classificar a obra como ‘nojenta’.

O livro, do escritor Jeferson Tenório, foi inserido no PNLD (Programa Nacional do Livro e do Material Didático) do MEC (Ministério da Educação). A polêmica começou após uma diretora gaúcha criticar o envio de 200 exemplares da obra para a instituição de ensino. O assunto foi levado à tribuna pelo deputado Rinaldo Modesto (Podemos).

“Não vou narrar trechos deste livro, tamanho conteúdo inapropriado. Tenho recebido centenas de mensagens de pessoas indignadas com a distribuição nas bibliotecas”, afirmou durante a sessão do Legislativo. O deputado disse que o livro tem linguagem pornográfica e que banaliza o sexo.

“Não podemos permitir o acesso dos alunos ao livro com uma linguagem pornográfica. Isso representa a banalização do sexo e não tem relação com discriminação. Não importa qual partido ou qual governo autorizou, só não podemos admitir a sua distribuição”, reforçou.

Para a deputada Lia Nogueira (PSDB), “o livro é nojento”. A parlamentar também afirmou que a atividade sexual é tratada de forma banal. “Não trata de educação sexual, mas trata o sexo de forma banal. Não estamos falando de bandeiras políticas e ideologias, mas de respeito na sociedade”, disse.

Também se manifestou contra a distribuição a deputada Mara Caseiro (PSDB). “Quem quiser ler a obra, pode comprá-la em qualquer livraria, mas a distribuição nas escolas não podemos admitir. O palavreado vulgar usado realça a mais triste condição humana”, comentou.

Pedro Caravina (PSDB) informou que a Secretaria de Estado de Educação confirmou a distribuição do livro em MS. “Eu achei que fosse fake news, mas foi confirmada a disponibilidade nas bibliotecas. Defendo que todos os exemplares sejam devolvidos, pois não tem cabimentos os alunos terem acesso a um material de baixo nível”’, disse.

Contrário aos colegas, Pedro Kemp (PT) ressaltou que o livro foi por comissão nacional em 2022. O deputado explicou que o grupo analisa as obras literárias que serão disponibilizadas aos professores. Por fim, a deputada Gleice Jane (PT) pediu que o assunto seja discutido com cuidado para não descriminalizar a literatura.