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Política

‘Falso moralismo fez pai empurrar criança negra’: polêmicas sobre racismo, livro e até Gaza voltam à Assembleia de MS

O debate foi levado à tribuna pelo deputado estadual Pedro Kemp (PT), que afirmou que o pai da criança de Campo Grande fez postagens nazistas
Evelin Cáceres, Mariane Chianezi -
(Luciana Nassar, Alems)

Na intenção de debater o caso do pai que empurrou uma menina negra em uma escola municipal de , os deputados estaduais resgataram nesta quarta-feira (13) na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) polêmicas como o livro ‘O Avesso da Pele’ e até mesmo questões sobre a guerra na Faixa de Gaza.

O debate foi levado à tribuna pelo deputado estadual Pedro Kemp (PT), que afirmou que o pai da criança de Campo Grande fez postagens nazistas. “Este pai já fez postagem nas redes sociais, no período das eleições, com esse cartaz escrito ‘morte à negrada’. Um cartaz com uma imagem de revólver. Podemos fazer avaliação de uma pessoa dessa. Um nazifascista, uma pessoa criminosa. Que ainda admitiu na sala da diretora que depois que praticou, que orientou o filho a bater na menina. Esse senhor precisa aprender que nos vivemos em um país que garante a liberdade democrática e direito a integridade”, disse.

Outros deputados, como Pedro Caravina (PSDB), concordaram com o pedido de respeito do petista a todas as pessoas, independentemente de gênero ou cor, mas acabaram trazendo de volta a discussão sobre o livro ‘O Avesso da Pele’, retirado das escolas estaduais de Mato Grosso do Sul.

“Com relação ao livro, eu não li, só o trecho considerado polêmico, e preciso discordar do senhor sobre os termos usados. Não são considerados adequados, assim como muitas frases do ex-presidente Bolsonaro, para alunos do ensino médio. Alunos falam palavrão, sim, mas não podemos estimular isso em livros considerados adequados para a idade deles”.

Kemp não gostou do posicionamento e rebateu. “Isso é um moralismo hipócrita. Foi um livro escolhido por equipe pedagógica para alunos do ensino médio, não do fundamental. É uma cena de relação sexual e estão tratando como o maior absurdo do mundo, mas não acham imoral criança morrer de fome na faixa de Gaza. É tanta burrice, coisa de quem defende Israel como país cristão. É isso que faz com que um pai nazifascista entre em uma escola e empurre uma criança negra”.

A fala irritou os deputados, que pediam a parte, mas tiveram os pedidos negados pelo deputado. Até que foi concedida a Zé Teixeira (PSDB).

“Do que nós estamos discutindo aqui? Estamos discutindo o que é adequado para as crianças. O senhor está correto, mas é uma leitura para pessoas que têm conhecimento formado, não para crianças. As pessoas vão aprendendo ao longo da vida, mas tem o momento certo. Eu sou pai, avô e bisavô e não aceito que esse livro seja para as crianças”, pontuou.

Kemp criticou os deputados e, por fim, rebateu. “Vocês precisam fazer terapia, estão vendo sexualidade em tudo. Quem está vendo isso no livro tem que fazer terapia, tem que estudar literatura”, afirmou, ao ouvir dos deputados que só leram o trecho considerado polêmico.

“Eu li todo o livro. Traz uma importante reflexão sobre um homem negro que cansou de ser abordado na rua pela polícia só por ser negro e que acaba morrendo por se negar a abrir sua mochila pela vigésima vez. Estudem mais”, finalizou o deputado.

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