Ex-candidato a governador, Magno de Souza é pré-candidato em Dourados pelo PCO

PCO lançou pré-candidatos indígenas para prefeituras de Dourados e Amambai

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Candidato do PCO, Magno de Souza, durante o Debate Midiamax, em 19 de setembro. (Foto: Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

O ex-candidato a governador em 2022, Magno de Souza, é pré-candidato a vereador em Dourados pelo PCO. Conforme o partido, Magno encabeçará a chapa de vereadores na nas Eleições de 2024 no município, a 230 quilômetros de Campo Grande.

O partido também confirma pré-candidatura às prefeituras de Dourados e Amambai. Assim, o pré-candidato douradense é Valderi Garcia, membro do acampamento indígena Ava Eté.

Já em Amambai, o pré-candidato é Daniel Lemes Vasque. Daniel é liderança da Aty Guasu, representante dos Guarani Kaiowás no CNI (Conselho Nacional Indígena) e já foi candidato a deputado estadual pelo PT. “O PCO hoje, no mato grosso do sul, é um partido de indígenas”, disse o pré-candidato.

Em Amambai, a chapa de vereadores deverá ter Josiel Machado. O pré-candidato também faz parte da Aty Guasu e compõe o CNI. Josiel denunciou o genocídio e a militarização no Brasil durante evento da ONU (Organizaçã das Nações Unidas).

“O PCO decidiu por fortalecer sua identidade com a luta indígena, no Mato Grosso do Sul e lançar chapas com candidatura para Prefeitos nas duas cidades. Ambos os pré-candidatos são moradores de áreas de retomadas”, diz o partido em nota.

Além disso, o PCO trabalha com sete diretórios em todo o Estado. Cinco deles estão em áreas de retomada: Tacuru, Naviraí, Douradina, Amambai e Dourados. Com exceção de Dourados, os diretórios são formados exclusivamente por indígenas.

Magno de Souza nas Eleições de 2022

Magno é sobrinho de Marçal de Souza, assassinado em 1983 por um latifundiário que não admitia a mobilização dos povos indígenas sobre a retomada de terras. No Brasil, Marçal, liderança Guarani Ñandeva, é uma das figuras de maior destaque nesta resistência pela demarcação de território dos povos originários.

Magno foi candidato em 2022 ao Governo do Estado e, durante a campanha, denunciou a truculência contra os povos indígenas. Ele participou do Debate Midiamax nas Eleições Gerais de 2022.

Além disso, o candidato disse que Mato Grosso do Sul precisa de um Governador que saiba dialogar para acabar com os conflitos envolvendo fazendeiros e indígenas.

“Já ouvi candidato dizer que está cansado de perder policiais e da mesma forma eu estou cansado de perder índio. Vou falar isso para ele no debate. Não aguento mais ver índio ser assassinado. Precisamos de um governador que resolva o problema, que entre em ação e que converse”, desabafou à época.

Denúncia

Ao Jornal Midiamax, disse que ‘jagunços’ armados faziam a vigia de indígenas em caixas d’água na retomada Aratikuty.

“Sempre tem alguém lá em cima armado, olhando para os nossos lotes. A gente se sente como se estivesse em um monitoramento coletivo, como se fosse gado no meio do pasto. De lá, eles vigiam os nossos passos”, contou um dos moradores.

Assim, o assunto veio à tona durante o Debate Midiamax, que reuniu todos os candidatos ao Governo do Estado, no primeiro turno.

“[…] Quero fazer uma denúncia de que os jagunços, seguranças privados, atiradores de elite estão perseguindo muitos indígenas, estão subindo numa caixa d’água da Sanesul, eles não têm direito de subir ali. Inclusive estou denunciando para o Ministério Público e estou denunciando também para o governador. Resolvam esse problema aí, antes que morram indígenas. Depois falam que indígenas que estão armados até os dentes lá”, denunciou o candidato no Debate Midiamax.

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Beto Figueiró