Contemplados com implantações de institutos federais em Mato Grosso do Sul, os municípios de Amambai e Paranaíba estudam locais apropriados para a criação das novas sedes. O anúncio de criação dos polos foi feito nesta terça-feira (12), pelo governo federal.  

O plano é que a iniciativa alcance todas as unidades da Federação, gerando 140 mil novas vagas, majoritariamente de cursos técnicos integrados ao ensino médio.

Para o prefeito de Paranaíba, Maycol Queiroz (PDT), apesar da cidade já contar com alguns cursos para os jovens, o prédio pode expandir o leque de aproveitamento dos jovens. “Já temos faculdade federal de veterinária, psicologia, administração. A UEMS tem curso de direito e o IFMS veio para somar muito”, disse.

A preocupação, agora, é adequar o local onde será construído. “Devemos muito à articulação federal do deputado Vander Loubet (PT) e ministra Simone Tebet, além do deputado Dagoberto Nogueira. Minha equipe foi consagrada e agora temos que correr atrás para arrumar o terreno para construir a sede”, afirma.

Em Amambai, a vereadora e presidente da Câmara Lígia Borges afirmou que o município já tem o terreno para o campus desde 2021, com 100 hectares. “O prefeito de Amambaí, Edinaldo Luiz de Melo Bandeira, cumpriu agenda em Brasília, onde participou do anúncio da criação de 100 novos campi de Institutos Federais que formam a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica”.

Ela conta que a cidade já havia sido indicada como potencial para receber o campus e agora a decisão foi oficializada pelo Governo Federal. “Este é um projeto muito esperado pela administração municipal, já que em outubro de 2021, a Professora Doutora Elaine Borges Monteiro Cassiano, reitora do Instituto Federal de Educação e Tecnologia de Mato Grosso do Sul visitou o município para conhecer as estruturas da antiga Escola Agrícola, local que poderia ser sede do Instituto”, conta.

Mais dois institutos federais em MS

Os detalhes do programa de expansão foram anunciados pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado do Ministro de Estado da Educação, Camilo Santana, e do Ministro da Casa Civil, Rui Costa. 

Por meio do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), serão investidos R$ 3,9 bilhões em obras (sendo R$ 2,5 bilhões para a criação de novos campi e R$ 1,4 bi para a consolidação de unidades dos IFs já existentes), como a construção de refeitórios estudantis, ginásios, bibliotecas, salas de aula e aquisição de equipamentos. Cada nova unidade tem custo estimado de R$ 25 milhões, sendo R$ 15 milhões para infraestrutura e R$ 10 milhões para aquisição de equipamentos e mobiliário.  

O objetivo da nova expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica é aumentar a oferta de vagas na educação profissional e tecnológica (EPT), criando oportunidades para jovens e adultos, especialmente os mais vulneráveis. 

A construção de novos campi nos municípios impacta o setor da construção civil, além de gerar emprego e renda. O programa de expansão dos IFs marca a retomada de investimentos na criação de novas unidades de Institutos Federais no Brasil, quase 10 anos após a última expansão estruturada da Rede Federal.

Histórico 

Em 29 de dezembro de 2008, o então Presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 11.892, criando 38 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia.  Até 2002, o Brasil tinha 140 escolas técnicas. Nos Governos Lula e Dilma, houve a maior expansão da história da Rede Federal, que é formada pelos IFs; pelos Cefets (Centros Federais de Educação Tecnológica); pelas Escolas Técnicas Vinculadas às Universidades; e pelo Colégio Pedro II.

Foram criados 422 campi entre os anos de 2005 e 2016, sendo 214 entre 2005 e 2010, além de 208 entre 2011 e 2016. Nesse período, também foram entregues ou incorporadas à Rede outras 92 unidades. Atualmente, são 682 unidades e mais de 1,5 milhão de matrículas. Com os novos 100 campi, a Rede Federal passa a contar com 782 unidades, sendo 702 campi de IFs.