Claudinho Serra espera, de novo, fim do prazo para entregar atestado médico à Câmara

Tucano pode completar oito meses sem pisar na Câmara de Vereadores depois que foi preso em abril deste ano

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Atestado médico de 30 dias de Claudinho Serra (PSDB) termina no sábado (7). (Reprodução, Câmara Municipal)

O vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB), deixou novamente para entregar o atestado médico à Câmara Municipal no fim do prazo. O tucano já apresentou quatro licenças médicas de 30 dias para se manter longe das atividades parlamentares. A última termina no próximo sábado (7).

A Procuradoria da Câmara Municipal confirmou ao Midiamax que Serra ainda não enviou nenhuma nova licença em dezembro. 

Caso apresente um novo atestado, o parlamentar deve completar oito meses sem colocar os pés na Casa de Leis depois que foi preso, em abril, na terceira fase da Operação Tromper, tocada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). 

Quinto atestado médico

O tucano precisará apresentar um quinto atestado médico caso queira continuar afastado da Casa de Leis sem receber faltas até a última sessão do mandato, em 19 de dezembro. Serra não concorreu às eleições de 2024. 

Para que um vereador seja afastado, o regimento da Casa determina que é preciso faltar a dez sessões consecutivas. Assim, caso prefira ficar em silêncio e não compareça nas próximas quatro sessões, Serra não deve perder o mandato. 

Antes da sessão ordinária de quinta-feira (5), o presidente da Mesa Diretora, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), afirmou que o tucano levará falta caso não se manifeste. 

“Se ele não apresentar, eu afasto o Gian Sandim do mandato e ele [Serra] fica levando falta. Só que aí não vai dar as 10 necessárias [para cassar o mandato de Serra]”, explicou Carlão. 

Afastamento

MPMS aponta que Claudinho Serra (PSDB) comandava esquema de corrupção em Sidrolândia (Henrique Arakaki, Nathalia Alcântara, Midiamax)

O tucano foi preso em 3 de abril deste ano, na terceira fase da Operação Tromper, acusado de chefiar um esquema de corrupção na época em que foi o secretário municipal de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande, durante a gestão da sogra, a prefeita Vanda Camilo (PP). 

Serra e outros 21 tornaram-se réus ainda em abril após o juiz aceitar a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

Claudinho Serra ficou preso por 23 dias e foi solto em 26 de abril mediante uso de tornozeleira eletrônica e de outras medidas cautelares. Após sair da prisão, o vereador apresentou um atestado médico de 30 dias alegando “abalo psicológico”. 

No mês seguinte, o vereador entrou com um pedido de licença não remunerada de 120 dias, continuando afastado das atividades parlamentares. Em 29 de maio – após uma briga judicial – o oitavo suplente do PSDB, Gian Sandim, foi empossado para ocupar a cadeira do colega tucano durante a licença.

Após o fim da licença não remunerada em 12 de setembro, o vereador apresentou consecutivos atestados médicos. O quarto começou a contar a partir de 8 de novembro. Após a licença médica de 15 dias, o pagamento do salário é feito pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). 

Contudo, o vereador Claudinho Serra recebeu quase R$ 10 mil dos cofres públicos sem exercer nenhuma atividade parlamentar enquanto mantém o mandato na Câmara de Vereadores. Sem colocar os pés na Casa de Leis, o investigado por corrupção recebeu R$ 3,6 mil em abril e R$ 6,3 mil em maio deste ano.

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