A deputada estadual de Mato Grosso do Sul, Gleice Jane (PT), avaliou como gravíssima as revelações da Operação Venire, da PF (Polícia Federal), em que se investiga esquema de adulteração de dados de vacinação que envolvem o ex-presidente da República, Jair . A casa dele foi alvo de mandado de busca e apreensão.

“Isso é gravíssimo. O Brasil teve um dos maiores índices de mortes por Covid-19 e muitas pessoas ainda vivem com sequelas. O ex-presidente incentivou o negacionismo e se ele fraudou dados precisa responder por isso”, afirmou ao Jornal Midiamax.

Gleice classificou a suposta fraude como “” e demonstrou preocupação com a possibilidade de inserção de dados falsos nos sistemas do Ministério da Saúde.

“O que a PF está investigando é uma das mais sérias fake news que vivemos. Num Estado democrático não podemos correr o risco de ter nossas instituições públicas fraudadas. Com a saúde não se brinca”, concluiu.

Operação Venire atinge Bolsonaro 

A Polícia Federal cumpre 16 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão preventiva. A casa de Bolsonaro no Distrito Federal é um dos alvos das buscas. Segundo a GloboNews, celulares de Bolsonaro e da esposa, Michelle Bolsonaro, foram apreendidos.

Até o momento, há confirmação de três prisões, do tenente-coronel e ex-ajudante de ordens do então presidente, Mauro Cid, e de dois seguranças de Bolsonaro.

De acordo com a Polícia Federal, não há mandado de prisão contra o ex-presidente. A corporação apura a atuação de uma associação criminosa que tinha como prática inserir dados falsos de vacina contra a nos sistemas do Ministério da Saúde.

A corporação afirma que as adulterações tiveram como objetivo “alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários”. Uma das suspeitas é que Bolsonaro tenha tido os dados adulterados para conseguir viajar para os Estados Unidos, país que na época exigia a imunização para entrada de estrangeiros.

“Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de covid-19”, diz a PF em nota.

As ações ocorrem dentro do inquérito policial que apura a atuação do que se convencionou chamar “milícias digitais”, em tramitação perante o Supremo Tribunal Federal. E, segundo a PF, quatro crimes são investigados: infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.