Ministra do TSE atende pedido de Bolsonaro e suspende 164 direitos de resposta dados a Lula

Maria Claudia Bucchianeri barrou inserções do petista até plenário do TSE analisar recurso de Bolsonaro

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Maria Claudia Bucchianeri barrou inserções do petista. Foto: Poder 360

A ministra Maria Claudia Bucchianeri, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), suspendeu nesta 5ª feira (20) 164 direitos de resposta na TV concedidos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A defesa do presidente Jair Bolsonaro (PL), conforme o Poder 360, recorreu contra a decisão que diminuiu drasticamente seu espaço na televisão na reta final do 2º turno, e a ministra decidiu suspender os direitos de resposta até que o recurso seja analisado pelos demais ministros do TSE.

“Recebo os presentes embargos declaratórios como recurso inominado e a ele atribuo, excepcionalmente, eficácia suspensiva, até respectiva análise colegiada”, disse a magistrada no curto despacho.

Na 5ª, o TSE deu 164 direitos de resposta a Lula em espaços anteriormente destinados à propaganda de Bolsonaro. Bucchianeri saiu derrotada na discussão. No mesmo dia, o ministro Paulo de Tarso Sanseverino deu 20 direitos de resposta a Lula, ao passo que Bolsonaro ganhou 14, também por decisão do magistrado.

O saldo era o seguinte: Lula teria, na reta final da disputa ao Planalto, direito a 170 inserções de 30 segundos em programas que seriam de Bolsonaro.

Elas começariam a ser divulgadas na 6ª e mudariam bastante a correlação entre os postulantes à Presidência quanto ao tempo de TV: o normal é que cada um tivesse 25 inserções de 30 segundos por dia. Com as decisões de 4ª feira, Lula passou a ter 46, sendo 21 delas para rebater acusações de Bolsonaro. Já o atual presidente iria de 25 para uma média de 3,7 inserções diárias.

Agora, ainda segundo o Poder 360, quem sai perdendo 2 inserções de 30 segundos em tempo de TV é Lula. Isso porque além de suspender os 164 direitos de resposta, Bucchianeri deu a Bolsonaro 8 direitos de resposta no espaço de Lula.

A campanha do presidente questionou inserções do petista que associam o presidente ao aborto e “à alegada cogitação” de que “abortaria seu próprio filho” Jair Renan.

Além disso, a ministra deu 2 minutos e 8 segundos de direito de resposta a Bolsonaro na propaganda de bloco de Lula (peças maiores, que duram 5 minutos). A campanha do chefe do Executivo questionou comerciais do petista que o associavam a milícias.

O recurso de Bolsonaro contra os 164 direitos de resposta deve ser analisado na próxima sessão ordinária do TSE, dada a urgência do caso. Alexandre de Moraes, presidente da Corte, pode, no entanto, convocar uma sessão extraordinária para 6ª.

Se o Tribunal demorar para decidir, pode não dar tempo de Lula veicular os direitos de resposta, já que faltam só 8 dias de campanha na TV.

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