Bolsonaristas de MS consideram possível proibição do Telegram como ‘retrocesso’

Sem limites de pessoas em grupos ou escritório no Brasil, Telegram pode ser banido pelo TSE

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TSE tentou contato com a plataforma para adoção de medidas de segurança contra fake news.
TSE tentou contato com a plataforma para adoção de medidas de segurança contra fake news.

Amplamente utilizado por bolsonaristas, o Telegram também é o queridinho dos apoiadores sul-mato-grossenses do presidente Jair Bolsonaro (PL). A possibilidade de proibição da rede social é vista como ‘retrocesso’ e ‘absurdo’ pelo grupo de Mato Grosso do Sul.

No Estado, boa parte dos parlamentares bolsonaristas utiliza o Telegram, mesmo que apenas para acompanhar grupos nacionais. O deputado estadual Capitão Contar (PSL) é um deles e possui 570 inscritos no grupo liderado por ele na rede social.

Para ele, “todo veículo de informações é válido, principalmente quando se tratar de assuntos verídicos e de interesse social e público”. Considerando o Telegram como um desses canais, disse que participa de mais de 100 grupos nacionais e principalmente regionais.

“Estão sempre me adicionando, e os temas são variados, desde políticos, segurança pública, movimentos de direita, militares, mas a maioria é de apoio ao presidente Bolsonaro”, disse. Contar destacou que “barrar qualquer veículo é um retrocesso”, quando lembrado da possível proibição do TSE ao Telegram.

Público ilimitado

Um dos atrativos da rede social aos olhos dos bolsonaristas é a possibilidade de criar listas e grupos com uma quantidade ilimitada de pessoas. O vereador Tiago Vargas (PSD) utiliza a plataforma desde 2020, pois vê “a oportunidade de termos um número superior e ilimitado”.

Para o vereador, o Telegram “pode ser utilizado como um acesso mais rápido aos nossos parlamentares, políticos e nossa população”. O mesmo argumento é utilizado pelo deputado estadual Coronel David (sem partido), que “acredita que a rede social permite a troca de informações mais precisas entre os grupos de seu interesse político”.

“É um absurdo o Superior Tribunal Eleitoral tentar barrar o Telegram para as eleições de 2022, claramente estamos passando por tempos difíceis”, argumenta sobre o eminente risco de proibição da plataforma. Tiago acredita que esta é uma tentativa de “silenciar a todo custo a voz das pessoas que são interlocutoras do presidente Bolsonaro”.

Ao Jornal Midiamax, o deputado federal Luiz Ovando (PSL) disse, por meio de assessoria, que apesar de utilizar pouco o Telegram, segue grupos de apoio a Bolsonaro. A possível proibição do aplicativo é vista como “mais uma intervenção do poder judiciário rasgando a nossa Constituição”. Ele apontou que “segundo a Constituição Federal, qualquer pessoa tem direito à liberdade de expressão” e, por isso, defende a manutenção do Telegram.

Outros deputados estaduais que responderam à reportagem foram: Evander Vendramini (PP), que apesar de ter uma conta, utiliza pouco a rede; e João Henrique Catan (PL), que não faz parte da rede social.

Tentativas de alinhamento

Enquanto o WhatsApp fraciona as conversas coletivas e institui medidas de prevenção ao compartilhamento de fake news, o Telegram é apontado pelo TSE como indisponível para comunicação. Desde 16 de dezembro de 2021, o Tribunal Superior Eleitoral tenta discutir com a plataforma alternativas para viabilizar o aplicativo no Brasil de forma legítima.

A mensagem foi enviada e assinada pelo presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso. Ele ressalta que o Telegram é “um aplicativo de mensagens de rápido crescimento no Brasil”. O Tribunal aponta que o aplicativo está presente em 53% de todos os smartphones ativos disponíveis no país.

Porém, destaca que “é por meio do Telegram que muitas teorias da conspiração e informações falsas sobre o sistema eleitoral estão sendo disseminadas sem qualquer controle”. Assim, há mais de um mês sem respostas dos responsáveis pela rede social — que não tem escritório no Brasil — o TSE estuda banir o Telegram do país.

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