Após assassinato de petista no PR, ato em Campo Grande pede democracia e defende liberdades de escolha

Evento tem programação nacional e também realiza ato ecumênico em razão do assassinato de um guarda municipal em Foz do Iguaçu (PR)

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ato democracia
Foto: Marcos Ermínio | Midiamax

Cerca de 30 pessoas se reúnem na manhã deste sábado (16), na esquina das ruas 14 de Julho e Barão do Rio Branco, em Campo Grande, em ato em defesa da democracia. O evento, que também prevê ato ecumênico, é puxado por entidades trabalhistas e partidos de esquerda de MS e também é realizado em alusão à morte do guarda municipal Marcelo Arruda, assassinado por um policial penal federal na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, na semana passada.

Munidos de bandeiras e com carro de som, o grupo discursa em defesa das liberdades de escola e em prol da democracia. Ao Jornal Midiamax, um dos organizadores do ato, Agamenon de Prado, detalha que o objetivo é alertar a sociedade e instituições para a defesa da democracia, sobretudo nas eleições que se aproximam, por meio de debates de cunho não-violentos.

“As manifestações ocorrem hoje no país inteiro para alertar a sociedade e para fazer um debate programado, de cunho não-violento, que tenha mais diálogo e conversa. O objetivo é abrir os olhos das autoridades federais, Ministérios Públicos, para que garantam mais tranquilidade em fazer escolhas, isso que chamamos de democracia”, detalha.

O estopim para as manifestações foi o assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, tesoureiro do PT do município, enquanto celebrava o aniversário com o tema “Lula 2022” no último sábado, em Foz do Iguaçu. Ele foi morto a tiros após o policial penal federal José da Rocha Guaranho, apoiador de Jair Bolsonaro, invadir o evento armado e assassinar o aniversariante, que estava completando 50 anos.

A tragédia ocorrida no Paraná é encarada como um sintoma de que o período eleitoral que se aproxima pode ser marcado por violência e silenciamento. “Precisamos debater nossas liberdades e a democracia agora para que não tenhamos mais um mártir nas próximas semanas”, declarou Agamenon.

Também presente no ato, a jornalista e professora Marli Nascimento declarou-se contra qualquer tipo de violência. “Como mulher negra, estou mais vulnerável do que nunca nesse cenário. Precisamos acabar com o ódio, a democracia nunca foi tão ameaçada”, disse.

A professora Joelma Trindade também defendeu, no evento, a necessidade de garantia de respeito e igualdade. “Temos o direito de fazer nossas escolhas. O voto é secreto, mas não podemos nos manifestar nem mesmo na tranquilidade de casa. Declarar apoios tornou-se inseguro e isso é contra a democracia”, concluiu.

Indiciamento

Autor do homicídio de Marcelo Arruda, o agente penal federal Jorge Guaranho foi indiciado pelo Polícia Civil do Paraná na última sexta-feira (15) por homicídio qualificado. Todavia, a polícia descartou motivação política no assassinato.

De acordo com o jornal O Estado de SP, o indiciamento descartando motivação política desagradou frentes políticas, como o PT, que deve insistir na tese de federalização das investigações. O próprio ex-presidente e pré-candidato à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o crime foi um atentado contra a democracia.

O inquérito por homicídio duplamente qualificado – motivo torpe e causar perigo comum – podem resultar numa pena que varia de 12 a 30 anos de reclusão.

A Polícia Civil realizou 18 oitivas de testemunhas antes do indiciamento, que será encaminhado ao Ministério Público do Paraná (MPPR), que poderá ofertar denúncia à Justiça Estadual daquele estado. Vale lembrar que o MPPR pode, ainda, pedir investigações complementares e alterar a conclusão feita pela polícia.

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